Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Isenção a pastores: entenda a polêmica que opõe evangélicos ao governo

O cerne do problema está na chamada prebenda, uma 'remuneração' dada a líderes religiosos que as igrejas não consideram salário; gestão Lula estuda saída

Por Da Redação Atualizado em 8 Maio 2024, 16h37 - Publicado em 25 jan 2024, 12h44
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A isenção tributária sobre os salários de líderes religiosos concedida às vésperas da eleição de 2022 pelo então presidente Jair Bolsonaro, e suspensa pela Receita Federal na semana passada, pode até voltar a valer, mas não sem deixar mais rusgas entre a bancada evangélica no Congresso e o governo Lula — uma relação que sempre foi difícil porque esse segmento do eleitorado e alguns de seus principais líderes estiveram próximos a Bolsonaro e se distanciaram do petista nos últimos anos.

    Para ser encerrada, a mais recente polêmica depende de um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) e de uma costura política que está aquém das decisões técnicas tomadas pela equipe do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Responsável por suspender o decreto que ampliou os descontos já existentes sobre a tributação dos salários dos religiosos, sejam eles pastores ou padres, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas aguarda a posição do TCU sobre a legalidade do benefício. O tema é alvo de um processo interno aberto pelo órgão de controle ainda em 2022 e sem definição até hoje. De relatoria do ministro Aroldo Cedraz, o caso apura ainda possível desvio de finalidade e ausência de motivação.

    Prebenda é salário?

    O cerne da discussão está na classificação que pode ser dada ao subsídio pecunário dado a ministros religiosos, como pastores ou padres. A “remuneração” dos pastores é feita por meio da prebenda (que em latim significa algo como “oferta”), que seria uma contribuição da comunidade de fiéis para a sustentação do seu líder religioso. Para os evangélicos, isso não pode ser considerado salário e nem é passível de tributação.

    Outra alegação é que não existe relação trabalhista entre um pastor e a igreja, o que a exime de contribuição previdenciária, por exemplo. Em linhas gerais, a tese defendida é que a opção pelo sacerdócio não é uma escolha profissional, mas uma vocação, e o vínculo entre a igreja e o pastor surge em decorrência de um chamado pessoal, relacionado à fé do indivíduo, e é uma iniciativa puramente espiritual e sem conotação empregatícia.

    Reação política

    Para os evangélicos bolsonaristas, no entanto, a medida do governo é uma “perseguição”. Em entrevista ao programa Os Três Poderes, de VEJA, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que já presidiu a Frente Parlamentar Evangélica do Congresso, declarou que o  governo Lula odeia evangélicos. “Nós já conhecemos o governo Lula. É um governo que odeia evangélicos, odeia o segmento religioso, odeia os cristãos, luta contra todos os nossos valores e nós não vamos esperar nada desse governo. Eu não espero nada do governo Lula”, acrescentou. 

    Continua após a publicidade

    Cavalcante lidera desde a semana passada uma forte reação dos evangélicos contra a suspensão do decreto, pressionando a Fazenda a rever sua posição. Na segunda, 22, Haddad chegou a falar dessa possibilidade em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura. Segundo o ministro, o parecer do TCU será levado em conta na decisão final, mas, caso o órgão invalide o ato de Bolsonaro, o governo Lula analisará uma solução em conjunto com o advogado-geral da União, Jorge Messias. Caberá a Messias, portanto, discutir a regulamentação da isenção tributária aos religiosos sob novas condições. Caso contrário, uma ala já defende que o tema vire pauta do Congresso.

     

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.