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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Infiéis: os partidos que estão com Lula mas podem até enfrentá-lo em 2026

Em meio a derrotas governistas no Congresso, siglas como PSD, União Brasil, PP e MDB cultivam ambições eleitorais próprias

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 jun 2024, 14h37 - Publicado em 10 jun 2024, 13h04

Prestes a completar um ano e meio de mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se vê em meio a um governo com popularidade em queda e com uma base parlamentar à míngua.

Reportagem da edição de VEJA desta semana mostra como as derrotas em série em um Congresso cada vez mais à direita evidenciam falhas na articulação do Planalto, comprometem o governo e põem em xeque a capacidade de atrair divergentes e construir um eixo sólido de apoio.

No meio desse campo minado, despontam siglas que, embora estejam no comando de importantes pastas na Esplanada, se comportam como independentes nas votações e, mais do que isso, já cultivam ambições próprias para a disputa presidencial de 2026.

É o caso do União Brasil, que tem o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em franca campanha ao Planalto, sobretudo mirando o eleitorado do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Quero me colocar como pré-candidato. Você tem que construir uma base partidária, tem que saber se você consegue avançar nas alianças e nas coligações (…). Mas a minha disposição é exatamente essa hoje”, afirmou em entrevista recente a VEJA.

Hoje detentor de três ministérios — Turismo, Comunicações e Desenvolvimento Regional —, o União também é um dos partidos com uma das menores taxas de adesão a pautas do Planalto: 46,7%, segundo levantamento feito pela Quaest. Paralelamente, a legenda recebe a quarta maior fatia de emendas parlamentares: foram quase 600 milhões de reais apenas neste ano.

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Com uma seleção de ministérios ainda mais robusta — Planejamento, Cidades e Transportes —, o MDB envereda pelo mesmo caminho. A legenda é uma das que mais recebem recursos, atrás apenas do próprio PT e do PSD, mas tem uma taxa de adesão ao Planalto de apenas 55,4% no Legislativo. A sigla, que se define como “liberal na economia e com profunda responsabilidade social”, lançou no ano passado um manifesto em ocasião dos 60 anos da legenda, a serem completados no final desta legislatura. No documento, a cúpula do partido diz que seus membros atuariam com “espírito colaborativo-propositivo” no Congresso, com o suporte necessário às medidas encaminhadas pelo Executivo. “Sem jamais deixar de fazer as críticas quando necessário”, frisa o texto.

Por enquanto, o MDB prioriza a principal campanha da oposição no país — a da reeleição de Ricardo Nunes em São Paulo —, mas já almeja ocupar a vaga de vice de Lula (ou de seu candidato) em 2026: a ministra Simone Tebet e o governador do Pará, Helder Barbalho, são fortes candidatos.

O PSD, que comanda a Agricultura, Pesca e Minas e Energia, também tem os seus próprios objetivos enquanto integra o governo. A legenda, que tem um “pré-presidenciável” — o governador do Paraná, Ratinho Jr. —, divide o seu tempo entre estar com Lula e ter um papel preponderante no governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), um potencial rival do petista em 2026. O xadrez, inclusive, tem adiado as definições do cacique Gilberto Kassab sobre o seu futuro eleitoral — que, até pouco tempo, girava em torno da possibilidade de uma vice-candidatura na chapa petista de 2026. Na Câmara, o apoio é de apenas 60,2% às pautas do governo Lula, enquanto a fatia abocanhada via emendas parlamentares é a segunda maior da Casa, com 1 bilhão de reais disponíveis apenas neste ano.

Já no Progressistas, que, numa manobra para salvar a articulação de Lula, passou a deter o Ministério dos Esportes e ainda emplacou um aliado de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Caixa Econômica Federal, o cacique Ciro Nogueira se coloca hoje como articulador de uma confraria de direita que tenta viabilizar um anti-Lula para a eleição. Na Câmara, a taxa de adesão é de apenas 52,1% a pautas do Planalto.

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