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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

‘Inacreditável’, diz Doria sobre busca de Bolsonaro por vacina da China

Após o Ministério da Saúde pedir ajuda aos chineses para comprar imunizantes, governador paulista critica a diplomacia e a gestão da pandemia pelo governo

Por Da Redação Atualizado em 11 mar 2021, 14h11 - Publicado em 10 mar 2021, 10h28

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta terça-feira, 10, em sua conta no Twitter, que é “inacreditável” o apelo feito pelo governo brasileiro à China para viabilizar a compra de imunizantes contra a Covid-19. “Após sucessivos ataques de Jair Bolsonaro à China, o Ministério da Saúde pediu ajuda hoje ao embaixador chinês para adquirir mais vacinas do país”. 

Doria criticou a relação diplomática do Planalto com o país e a gestão federal da pandemia. “Faltou planejamento, diplomacia, vacinas, UTIs, seringas e oxigênio. Faltou até vergonha. Sobrou incompetência”, escreveu o governador. 

O Ministério da Saúde, na última segunda-feira, 8, admitiu em ofício enviado à Embaixada da China que a vacinação pode ser paralisada no país por falta de doses. No texto, a pasta pede ajuda para realizar a compra de 30 milhões de imunizantes do laboratório chinês Sinopharm.

No documento, o secretário-executivo da pasta, Elcio Franco, número 2 do ministro Eduardo Pazuello, disse que é preciso barrar a variante do vírus detectada em Manaus no início do ano. “O Ministério da Saúde está ciente da importância de conter essa cepa e de impedir que se espalhe pelo mundo, recrudescendo a pandemia”. Elcio destacou que a maior medida do Brasil para isso é a campanha de vacinação.

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O ofício foi enviado para embaixador Yang Wanming, com quem o deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), já teve conflitos anteriormente, após culpar a China pela pandemia. Jair Bolsonaro chamou, em mais de uma oportunidade, a Covid-19 de “vírus chinês” e questionou a eficácia da CoronaVac, produzida pela Sinovac, outro laboratório chinês, em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo “Não compraremos a vacina da China”, afirmou o presidente em outubro, depois de barrar a negociação feita por Pazuello, que previa a compra de 46 milhões de doses da vacina. Depois, em meio ao agravamento da crise, ele mudou o tom em relação aos chineses.

O governo brasileiro mostrou dificuldades em conseguir insumos vindos do país asiático para a campanha de imunização e produção de vacinas. Com a relação diplomática entre Brasil e China abalada pelos ataques da família Bolsonaro, na terça-feira, 9, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, enviou uma carta ao embaixador chinês. No texto, o congressista tenta se desvincular do Planalto e pede um “olhar solidário” e auxílio para adquirir doses. “O governo brasileiro não é só o Executivo”, escreveu.

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