Capital com o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil) e bons índices em áreas importantes, como segurança pública, Florianópolis começa a disputa para ver quem será o seu administrador a partir de 2025 em meio a muita confusão.
Segundo as últimas (e poucas) pesquisas feitas na cidade, quem lidera a corrida é o atual prefeito Topázio Neto (PSD). O mandatário, que era vice-prefeito e herdou o cargo após o titular, Gean Loureiro (União Brasil), deixar a prefeitura para disputar o governo de Santa Catarina, em 2022, não terá, no entanto, o apoio do seu antecessor — que, por sua vez, já anunciou aliança com o ex-senador e ex-prefeito de Florianópolis e de São José, Dário Berger (PSDB).
Loureiro, que é presidente do diretório municipal do União Brasil, saiu vitorioso após um conturbado racha no partido. Ao anunciar que a sigla local não apoiaria a campanha de Topázio Neto, ele virou alvo dos três deputados estaduais do União e de quatro vereadores, que recorreram à Executiva Nacional pedindo a intervenção no diretório municipal e a destituição de Loureiro da direção local. Na última terça-feira, 23, no entanto, a cúpula do partido bateu o martelo e arquivou os pedidos.
Esquerda rachada
No polo oposto, o cenário também é confuso. Ao contrário das últimas eleições municipais, quando o PSOL encabeçou com o candidato Elson Pereira uma aliança que tinha PT, PSB, PDT, PCdoB e Unidade Popular, desta vez esse espectro ideológico está dividido. Os candidatos são o deputado estadual Marco Antonio Ricciardell, conhecido como Marquito (PSOL), que aparece bem colocado nas sondagens, atrás apenas de Topázio, e o ex-vereador Vanderlei Lela Faria, do PT, que já recebeu a “benção” do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Já o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual governador Jorginho Mello não deverá ter candidato próprio neste ano — a sigla indicou a vereadora Maryanne Mattos para vice de Topázio Neto. Com isso, o atual prefeito tem sacramentado o apoio do próprio PSD, PL, MDB, Podemos, Republicanos e Novo.
Lula x Bolsonaro
Um fator que pode influenciar a disputa é a atuação de Lula e Bolsonaro como cabos eleitorais. Ao contrário do estado de Santa Catarina, que deu praticamente 70% dos votos ao ex-presidente nas eleições de 2022 — o que fez a fama de Santa Catarina como o território mais bolsonarista do país –, o pleito na capital catarinense foi mais pulverizado: Lula teve 46,67% dos votos contra 53,33% de Bolsonaro.