Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

Maquiavel

Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

‘Escola sem partido’ vira ‘escola com partido’ no MEC de Bolsonaro

Além da contaminação ideológica da pasta, Milton Ribeiro foi flagrado dizendo que distribui recursos da educação de acordo com a orientação de um pastor

Por Da Redação Atualizado em 23 mar 2022, 07h48 - Publicado em 23 mar 2022, 07h00

O projeto/ideia “escola sem partido” sempre movimentou um ruidoso braço do bolsonarismo, que defende a necessidade de eliminar uma suposta “influência de esquerda” nas escolas. Com a ascensão de Jair Bolsonaro (PL), a obsessão ideológica virou até projeto de lei, mas até hoje não houve força no Congresso para fazer avançá-lo.

Milton Ribeiro, o pastor presbiteriano e teólogo que assumiu o Ministério da Educação após duas gestões marcadas por muito proselitismo ideológico de direita e pouca gestão – Ricardo Vélez Rodríguez e Abraham Weintraub –, está conseguindo fazer o contrário: implantar na prática o “escola com partido” na pasta, cujas políticas foram contaminadas por bobagens ideológicas e a execução de programas entregue a interesses políticos — incluindo os do Centrão — e religiosos, como o do escândalo revelado nesta semana pelo jornal Folha de S. Paulo.

Em um áudio, o ministro admite que favorece prefeituras indicadas por um líder evangélico. “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do (pastor) Gilmar (Santos). Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo o, atender a todos os que são amigos do pastor Gilmar”, afirma. “Lamentável”, afirmou a Frente Nacional de Prefeitos em nota.

O “escola com partido” de Ribeiro inclui a ocupação de postos-chave por pessoas encarregadas de implantar a sua visão ideológica –  como a pedagoga Sandra Ramos, nomeada para a Coordenação Geral de Materiais Didáticos, que já assinou um documento defendendo o ensino do criacionismo em contraposição à teoria da evolução das espécies, de Charles Darwin. Também há influência na compra de livros didáticos, ao deixar de excluir obras que expõem as mulheres sob uma ótica negativa e as que ignoram a agenda de não violência contra elas. Vocábulos como “respeito à diversidade” e “democrático” foram suprimidos, cedendo lugar à valorização de ideias mais vagas, como o “convívio social republicano”.

Agora, o ministro está em uma mais do que justificada saia-justa para tentar explicar o áudio constrangedor e a sua nada republicana política de distribuição de recursos públicos para a educação. Corre ainda o risco de ver a sua gestão se tornar alvo de investigação, além de abrir uma nova crise política no primeiro escalão do governo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.