Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro vem ensaiando uma aproximação com Filipe Sabará, escolhido pelo Partido Novo como pré-candidato à prefeitura de São Paulo na eleição deste ano. Sabará jantou nesta semana com emissários de Bolsonaro, que se comprometeram a buscar o apoio do capitão à sua candidatura na disputa municipal.
A aproximação com Sabará ocorre no momento em que o apresentador José Luiz Datena dá os primeiros sinais de que poderá não concorrer à prefeitura. Datena passou por uma cirurgia inesperada e teve de colocar cinco stents no coração. Em entrevista a VEJA, ele afirmou que irá priorizar a saúde e a família. “Política fica em segundo plano”, disse.
Datena é o candidato preferido de Bolsonaro para a eleição em São Paulo, mas outros nomes também contam com a simpatia da família presidencial, como é o caso do deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) e de Edson Salomão, presidente do Movimento Conservador. A avaliação de quem convive com Bolsonaro é que nenhuma das candidaturas deve prosperar. Diniz é visto como um político inexperiente para assumir a prefeitura. Já Salomão, que tem o apoio do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), não é conhecido do grande público.
Convencer Bolsonaro de que Sabará é o candidato certo não será tarefa fácil. Aos 36 anos, ele foi secretário de Assistência Social na gestão do ex-prefeito João Doria (PSDB), que hoje disputa com Bolsonaro a mesma fatia do eleitorado para o pleito presidencial de 2022. A filiação de Sabará também poderá ser um problema, já que o presidente do Novo, João Amoêdo, costuma criticar publicamente o governo federal.
Bolsonaro trabalha para criar um novo partido, a Aliança Pelo Brasil, a tempo de filiar candidatos para as eleições municipais, mas dificilmente a sigla será regularizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a tempo do pleito. Caso a Aliança não fique pronta, o presidente tem sido aconselhado a apoiar candidatos específicos em redutos que serão importantes para formar palanque na disputa pela reeleição.