O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em pronunciamento oficial em cadeia de rádio e TV nesta quinta-feira, 6, sobre o 7 de Setembro que a “Independência do Brasil não está terminada”. “Ela precisa a ser construída todos os dias, por todos nós, sobre três alicerces: democracia, soberania e união”, disse o petista, acrescentando que “era dia de comemorar a Independência porque o Brasil voltou a sorrir”.
Durante o pronunciamento, Lula falou bastante sobre economia, sobre investimentos sociais, sobre a retomada de programas de seus governos anteriores e fez promessas como tirar o Brasil do Mapa da Fome, construir moradias pelo Minha Casa Vida, gerar empregos com o Novo PAC e investir em educação, ciência e tecnologia.
Na área econômica, com a qual abriu a sua fala, ele disse que o Brasil “voltou a crescer distribuindo renda e combatendo a desigualdade”, lembrou do crescimento do PIB no primeiro semestre acima da expectativa, falou da aprovação do novo marco fiscal, listou produtos que tiveram queda de preços (como arroz, feijão, óleo de cozinha e botijão de gás) e citou números de geração de empregos e de melhorias salariais, inclusive para servidores públicos. “Quando a economia cresce, a vida melhora para todo mundo”, afirmou.
O presidente defendeu a democracia ao dizer que só ela é que “vai dizer se teremos a ou não a oportunidade de realizar nossos sonhos”. Também falou que soberania não é só resguardar fronteiras, mas “também defender nossas empresas estratégicas, nossos bancos públicos, nossos minerais e a Amazônia”. Disse ainda que soberania é enfrentar a crise climática e a desigualdade no mundo. “Soberania é, antes de tudo, combater todas as formas de desigualdade, seja de renda, de gênero, de raça”, afirmou.
Já em relação ao 7 de Setembro, Lula declarou que “amanhã não será um dia nem de ódio nem de medo, mas sim de união”. “Sonhamos os mesmos sonhos. Somos um único e extraordinário povo”, disse.
Assista ao pronunciamento:
Tensão
Há uma grande expectativa em relação à data em razão do histórico dos últimos anos, quando o então presidente Jair Bolsonaro usou o dia para atacar instituições como o Supremo Tribunal Federal e proferir discursos de cunho golpista, com a conivência de parte das Forças Armadas, inclusive de generais palacianos como Walter Braga Netto e Heleno Nunes.
A data também inspira cuidados em razão dos distúrbios registrados em Brasília em 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro, inconformados com a vitória eleitoral de Lula, invadiram e depredaram o Palácio do Planalto, o STF e o Congresso Nacional.
Para evitar novos tumultos, o governo do Distrito Federal elaborou um rígido protocolo de segurança para as celebrações. A partir das 21h desta quarta-feira, 6, a Esplanada dos Ministérios foi fechada para circulação de veículos. Às 6h da quinta-feira, começará o bloqueio de vias nos arredores da Ponte Juscelino Kubitschek para abrigar os veículos blindados que farão parte do desfile — o trânsito será liberado somente após a dispersão do público, a depender da avaliação das autoridades locais. A circulação de pessoas na Praça dos Três Poderes também será restrita e os prédios públicos terão proteção reforçada com gradis.
Todos os acessos à Esplanada terão pontos da Polícia Militar para revistas pessoais, que também poderão ser realizadas em meio ao público caso as autoridades julguem necessário. A ampla lista de objetos proibidos no local do desfile inclui garrafas de vidro, latas, apontadores a laser, rojões e fogos de artifício, armas de brinquedo ou réplicas, coolers e caixas de isopor, mochilas grandes, malas, pastas, caixas, sprays e aerossóis e até churrasqueiras portáteis.