Em áudio, Joesley fala sobre ida a Nova York após delação
Empresário ainda ouviu da advogada Fernanda Tórtima que, para a PGR, que havia lhe concedido imunidade penal, seria bom se ele se 'pirulitasse' do Brasil
Uma das quatro gravações de executivos da JBS recuperadas pela Polícia Federal e obtidas por VEJA mostra uma conversa dentro de um carro entre Joesley Batista, o diretor de relações institucionais da empresa, Ricardo Saud, o diretor jurídico, Francisco Assis e Silva, e a advogada da JBS, Fernanda Tórtima. A conversa se deu após uma reunião na Procuradoria-Geral da República (PGR), na qual os executivos trataram sobre a delação premiada que viriam a fechar.
Lá pelas tantas, antes de deixarem Fernanda em um endereço na Asa Sul da capital, Francisco pergunta a Joesley se pode marcar a “decolagem”. A advogada, então, pergunta ao empresário se ele iria embora naquele mesmo dia. “Ainda vou pra Nova York, vou amanhecer em Nova York, se Deus quiser. Eu vou ficar aqui, Fernanda? Cê tá louca? Soltar uma bomba dessa aí e ficar aqui fazendo o quê?”, responde Joesley Batista.
Após ouvir de Joesley sobre a viagem e que ele não estava tão certo de que os procuradores aceitariam a imunidade penal proposta pela empresa, Fernanda Tórtima afirma que a PGR não perderia a oportunidade de fechar o acordo. Em função disso, diz Fernanda, a melhor opção para os dois lados da mesa de negociações seria mesmo que o delator deixasse o país. “Pra eles [procuradores] é bom que você se pirulite do Brasil também. Se for pra dar imunidade, que seja fora pra ninguém ver tua cara, ninguém lembrar que você existe. Você longe daqui, sumido, as pessoas esquecem que você ganhou imunidade”.
Ouça os áudios AQUI (que contém o trecho sobre o pirulitamento), AQUI e AQUI.