O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é escrivão da Polícia Federal, não gostou da ideia que deu muito certo em São Paulo: colocar câmeras nas fardas dos policiais miliares para filmar as abordagens e, não só inibir eventual ato de violência policial, mas garantir a segurança do próprio agente, que terá a sua a ação filmada como prova de que agiu corretamente.
“Até quando está certo, muitos acham que o policial está errado. Vários são os que morrem por medo de apertar o gatilho e serem condenados, mas o bandido aperta sem dó. Câmeras ligadas 100% do período que o PM estiver trabalhando vai desestimulá-lo”, afirmou em post publicado no Twitter no início da tarde desta quarta-feira.
https://twitter.com/BolsonaroSP/status/1415327181375430657?s=20
O post é um resumo de um discurso que ele fez na sexta-feira, 9, em Brasília durante ato que reuniu centenas de bolsonaristas em favor da flexibilização do direito ao porte e à posse de armas. No ato, ele pediu aos manifestantes que prestassem “atenção ao que está acontecendo em São Paulo”.
A medida implantada pelo governo de São Paulo reduziu em 54% as mortes por intervenção policial entre maio e junho. Nenhuma morte foi registrada nos dezoito batalhões que estão usando as câmeras, entre eles os da Rota e da Rocam, agrupamentos de elite da PM paulista que atuam na linha de frente do combate à violência.
No total, são mais de 3.000 equipamentos colocados nos uniformes dos PMs. Além de filmar a ação durante todo o tempo de serviço, o aparelho ainda coleta informações sobre a geolocalização dos policiais. A ideia é estender gradualmente o seu uso a todos os batalhões da PM.