Depois da desistência do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em disputar o Palácio do Planalto, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, voltou suas articulações ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), como possível presidenciável. O empenho de Kassab em lançar um candidato próprio à Presidência da República é visto dentro da sigla como um movimento para manter a unidade interna, evitar uma debandada nesta janela partidária, que fecha em duas semanas, e dar conforto aos candidatos pessedistas de outubro, fatores levados em conta diante de distintas correntes políticas que coabitam o partido, de bolsonaristas a lulistas.
Apesar do meio termo com um nome próprio ao Planalto, contudo, há próceres do PSD que não escondem por quem devem trabalhar nas eleições. Um deles é o senador Omar Aziz, candidato à reeleição no Amazonas, cujo nome ganhou projeção nacional como presidente da CPI da Pandemia. Aziz é categórico: “Minha posição já foi colocada lá atrás. Podem fazer cem reuniões, podem entrar cem pessoas no partido, para mim está sendo indiferente, meu candidato é o Lula”, afirma. O amazonense sequer quis participar de uma reunião na última quarta-feira, 9, em que parte da bancada do PSD no Senado manifestou descontentamento com a eventual filiação do governador gaúcho.
Enquanto Omar Aziz e alguns de seus colegas senadores devem se alinhar a Lula, parte da bancada do PSD na Câmara é simpática ao presidente Jair Bolsonaro. Em fevereiro, o deputado Domingos Neto (PSD-CE), por exemplo, emplacou a indicação de um diretor na Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Já o deputado Joaquim Passarinho (PA) é um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Na semana passada, durante a sua volta da viagem ao México, Lula parou no aeroporto de Manaus e se encontrou com Aziz.