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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Decisão contra perfis de direita gera novos ataques bolsonaristas ao TSE

Enquanto líderes tentam conter ofensiva do governo contra as Cortes, presidente e deputados atacam decisão de desmonetizar contas de aliados nas redes

Por Camila Nascimento Atualizado em 17 ago 2021, 10h30 - Publicado em 17 ago 2021, 10h03

No momento em que articuladores políticos do governo e líderes do Congresso tentam colocar panos quentes nos ataques de Jair Bolsonaro aos ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, os bolsonaristas — incluindo o presidente — encontraram mais um motivo para engrossar a ofensiva contra as Cortes superiores.

A decisão monocrática do corregedor do TSE, ministro Luís Felipe Salomão, de desmonetizar, ou seja, bloquear o repasse de dinheiro de publicidade das redes sociais para canais e blogs suspeitos de divulgarem fake news sobre eleições e urnas eletrônicas gerou uma nova onda de ataques bolsonaristas ao Judiciário.

Logo no início da manhã desta terça-feira, 17, o filho Zero Três do presidente, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), chamou a decisão do TSE de “mais um passo da ditadura”. “Em decisão monocrática, corregedor do TSE determina a desmonetização dos canais e que eles sumam das ferramentas de buscas. Receberam a sanção sem o devido processo legal, sem contraditório e ampla defesa”, escreveu no Twitter.

Pouco depois, o próprio presidente, em entrevista à rádio Capital Notícia, de Cuiabá, engrossou o ataque. “O corregedor do TSE, o senhor Salomão, está mandando desmonetizar a página de quem diz que as urnas não são confiáveis ou precisam de uma maneira de serem auditadas. É isso que acontece no Brasil: a hipocrisia. Pouca gente tem coragem de falar a verdade. Nós temos que resistir”, disse.

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A deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma das mais ativas bolsonaristas nas redes sociais, afirmou que a decisão é uma “censura proibida pela Constituição Federal” e que há uma ofensiva contra representantes do seu espectro político. “A cada dia uma nova medida. Todas contra conservadores. É o vale-tudo contra qualquer um que apoie as pautas da direita”.

O deputado Filipe Barros (PSL-PR), que foi o relator da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do voto impresso rejeitada pela Câmara, também criticou a decisão e disse ser a favor do fim da Justiça eleitoral.

A decisão de Salomão atinge alguns dos principais perfis bolsonaristas nas redes sociais, como o Jornal da Cidade Online, o Terça Livre, o Vlog do Lisboa, o Folha Política e o Taoquei, todos listados por Eduardo Bolsonaro como atingidos pelo bloqueio.

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