A confusão em relação ao início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil é tamanha que o Ministério da Saúde não consegue se entender com os governadores nem sobre o número disponível de seringas e agulhas. Na quarta-feira, dia 13, a pasta comandada por Eduardo Pazuello informou, em ofício, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que sete estados – Bahia, Pernambuco, Acre, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Paraíba- “não teriam estoque suficiente” para suprir a “demanda inicial” de vacinas, “caso houvesse a disponibilidade imediata das 30 milhões de doses”.
Na quinta, 14, os governadores rebateram a informação, dizendo que os estados têm, sim, quantidade suficiente de insumos para fazer a imunização e pediram a correção da parte do ministério. Em tom duro, a gestão de Rui Costa (PT) afirmou, em nota, que o governo federal “errou” ao transmitir ao ministro do STF Ricardo Lewandowski o número de 232.000 seringas e agulhas. Segundo a secretaria de Saúde da Bahia, o estado possui, na verdade, 10,2 milhões dos produtos, com a expectativa de entrega de mais 19,8 milhões até junho.
O governo de Paulo Câmara (PSB) foi na mesma linha dizendo que, diferentemente dos 1,2 milhão informado, possui 3,9 milhões de seringas e agulhas prontas para uso, com expectativa de obter mais 2,8 milhões até o fim de janeiro. “Este quantitativo é mais do que suficiente para a imunização dos grupos prioritários da campanha de vacinação”, diz a nota, lembrando que já iniciou a distribuição de 1,5 milhão de unidades aos municípios.
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), declarou que o estado tem estoque suficiente de 820.000 seringas e agulhas para atender as quatro fases iniciais de imunização – na planilha enviada pelo ministério, o estado aparece com apenas 122.000. Já o secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio de Medeiros, informou que o estado já conta com 1,7 milhões de seringas e agulhas em estoque e adquiriu outras 6 milhões que devem chegar até o fim de janeiro – a planilha do governo federal dizia que haviam 468.000. “Ministério da Saúde irá retificar a informação”, informou ele.
Para dirimir as dúvidas, Lewandowski decidiu baixar uma nova ordem nesta quinta-feira para que os estados detalhem diretamente ao STF a quantidade de agulhas e seringas que têm em estoque;