Pelo menos quatro vereadores de São Paulo declararam que vão retirar suas assinaturas do pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que mira o padre Júlio Lancellotti na Câmara Municipal. Desde quinta-feira 4, parlamentares da capital paulista têm se pronunciado sobre o pedido de investigação, que gerou repercussão extremamente negativa nas redes sociais na última semana.
Um dos legisladores municipais que voltaram atrás no apoio à CPI é Thammy Miranda (PL). Pelas redes sociais, o vereador afirmou que a proposta inicial não era de um inquérito contra Lancellotti e que um requerimento nessa linha não teria seu endosso. “Se você vê o projeto, que eu postei lá, em nenhum momento menciona o nome do padre Júlio Lancellotti”, disse.
Também na quinta-feira, o vereador Xexéu Tripoli (PSDB) publicou em seu perfil oficial no Instagram o pedido de anulação da sua assinatura favorável à instalação da CPI. “A investigação de casos suspeitos de mau uso de recursos públicos não pode servir de pretexto para perseguição política”, comenta a publicação.
Os outros parlamentares que anunciaram a retirada das assinaturas foram Sidney Cruz (Solidariedade) e Sandra Tadeu (União Brasil), colega de partido do vereador Rubinho Nunes, que elaborou e protocolou o pedido de CPI em dezembro do ano passado.
Repercussão política
Após a intensificação dos ataques direcionados a Júlio Lancellotti, lideranças do PT e da base aliada saíram em defesa do religioso nas redes sociais. Parlamentares de esquerda manifestaram solidariedade ao padre e denunciaram a tentativa de investigação como “arbitrariedade criminosa”.
Na Câmara Municipal de São Paulo, a bancada do PSOL se articula para barrar a instauração do inquérito contra Lancellotti – que, embora protocolada, ainda precisa ser aprovada pelos vereadores – e, em reação à proposta, prepara um pedido de CPI para investigar a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) sobre o crescimento da população de rua na capital paulista durante sua administração.