Convenção para eleger comando do União tem clima tenso e Bivar isolado
Atual presidente da legenda não reconheceu vitória de Antonio Rueda e ameaça entrar na Justiça
A convenção nacional que consagrou Antônio de Rueda como novo presidente do União Brasil na quinta, 29, em Brasília, foi marcada por clima tenso, tentativas de boicote por parte do chefe do partido, Luciano Bivar, e ameaças de judicialização.
Rueda recebeu os 30 votos registrados na convenção. Já a chapa de Bivar, que comanda a legenda atualmente, não recebeu nenhum voto. O cacique tentou cancelar a votação até o último minuto, alegando que a realização da disputa violaria normas estatutárias da sigla. Segundo pessoas presentes no evento, ele chegou a mandar que a porta da sala onde a convenção aconteceria fosse trancada.
Outros membros do diretório nacional do União Brasil, porém, derrubaram a medida e restabeleceram a convenção. Isolado, Bivar não compareceu à votação no período da tarde e não reconheceu a vitória de Rueda. Nos bastidores, ameaçou ir à Justiça para anular a votação. No entanto, lideranças partidárias avaliam que dificilmente ele conseguirá reverter o resultado.
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que estava presente na convenção, afirmou a VEJA que a postura de Bivar foi “deselegante” e que ele “tumultuou” o evento. “Parecia uma reunião de grêmio estudantil”, disse. “Ele quis ser ungido e não quiseram ungi-lo”, completou.
Rueda assume a presidência do União Brasil em 31 de maio. Ele terá como vice o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto. Enquanto isso, Bivar segue no comando do partido.