A aposta na vacina CoronaVac e a insistência em se contrapor ao presidente Jair Bolsonaro na forma como enfrentar a pandemia do novo coronavírus aparentemente produziu resultados para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o único que conseguiu algum avanço eleitoral entre dezembro e janeiro, segundo levantamento exclusivo feito pelo instituto Paraná Pesquisas entre os dias 22 e 26 de janeiro.
No cenário mais favorável ao tucano, por exemplo, ele consegue 6,7% das intenções de voto, o seu melhor resultado deste ano: ele havia obtido 4,4% em maio, 4,6% em julho e 4,8% em dezembro. Nessa mesma simulação, ele aparece com 9,6% entre os eleitores com 60 anos ou mais, um público mais suscetível ao discurso do tucano sobre priorizar a vacina por integrar o chamado grupo de risco para a doença.
A CoronaVac, produzida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, foi a primeira vacina a ser usada no país na imunização contra a Covid-19. Observada por Doria, a enfermeira Mônica Calazans foi a primeira brasileira vacinada no país, no dia 17 de janeiro, um dia antes do começo da vacinação nacional.
Com a vacina, Doria fez uma espécie de tour pelo interior de São Paulo, onde deu início à imunização – passou por cidades importantes como Campinas, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Sorocaba, além do Vale do Ribeira, região onde cresceu o presidente Jair Bolsonaro.
Nos outros dois cenários de primeiro turno pesquisados, Doria também obteve o seu melhor desempenho no ano, sempre alavancado pelos votos dos mais velhos.
O tucano, no entanto, ainda precisa ganhar mais densidade eleitoral nacional para enfrentar Bolsonaro em 2022. Nas cinco simulações de segundo turno, ele é o que tem o pior resultado, com 29,4% das intenções de voto contra 44,9% do presidente.