O Rio Grande do Sul voltou a registrar altos volumes de chuvas desde o último sábado, 15, e a previsão é que os temporais continuem ao longo da semana e resultem em novas enchentes em diversas regiões do estado. Nesta segunda-feira, 17, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de chuvas intensas e tempestades em uma faixa que cobre mais de 250 municípios gaúchos.
Em pouco mais de doze horas, o nível do Lago Guaíba, que banha Porto Alegre e toda a região metropolitana, subiu aproximadamente 17 centímetros, passando de 2,53 metros por volta das 20 horas do último domingo, 16, para 2,70 metros na manhã de hoje. Apesar do elevação das águas, o volume ainda está quase um metro abaixo da marca de 3,60 metros considerada a cota de inundação.
Outros corpos d’água da região que já haviam se estabilizado após as fortes chuvas de maio voltaram a subir com os temporais do final de semana. Em São Sebastião do Caí, o rio Caí encheu quase doze metros em pouco mais de 48 horas, chegando à marca de 14,50 metros na manhã desta segunda-feira, quatro metros acima da cota de inundação. O monitoramento é realizado pela Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sema) e pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
A situação do Rio Taquari é ainda mais alarmante: as águas chegaram a subir mais de 15 metros em alguns pontos de medição. O nível se aproxima da cota de inundação no município de Muçum e já está 3,72 metros acima da marca de enchente em Estrela, ambos situados na metade Norte do Rio Grande do Sul. Ao menos 25 municípios desta região registraram mais de 100 milímetros de chuva entre sábado e domingo, sendo 212 milímetros acumulados em 24 horas em Cambará do Sul, segundo levantamento do portal MetSul.
População desalojada
Segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, mais de 433 mil pessoas ainda estão fora de suas casas em razão das tempestades que começaram no final de abril e afetaram 96% dos municípios gaúchos. Deste total, são quase 11 mil gaúchos temporariamente alojados em abrigos em todo o estado, e o restante é formado pela população hospedada em casas de amigos e parentes devido ao alagamento de suas regiões.
Os números mais recentes divulgados pelas autoridades estaduais apontam 176 mortes relacionadas às chuvas — o pior quadro foi registrado em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, que somou 31 óbitos decorrentes dos alagamentos e deslizamentos de terra. Outras 806 pessoas ficaram feridas e 39 seguem desaparecidas em todo o estado.