A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que se elegeu em meio à onda conservadora de 2018 que prometia, entre outras coisas, renovar a prática política, está tendo que se virar com seus eleitores/seguidores para justificar uma viagem aos Estados Unidos para participar de uma marcha da direita contra o aborto e fazer proselitismo político.
Ela esteve nos EUA entre 19 e 23 de janeiro, na March for Live (marcha pela vida), um evento anual da direita americana que defende a vida desde a concepção e que serve de palanque para a direita – em 2021, Donald Trump tornou-se o primeiro presidente no mandato a participar do ato. Ela estava acompanhada do youtuber bolsonarista Gustavo Gayer, que foi apontado pela CPI da Pandemia como um dos que mais lucraram com a disseminação de fake news sobre a Covid-19.
https://twitter.com/CarlaZambelli38/status/1485298757738680322?s=20
Também se encontrou com Jason Miller, ex-assessor de Trump e criador da rede social de direita Gettr, uma nova ferramenta utilizada pelos bolsonaristas porque não tem rigor algum na hora de coibir fake news e discursos negacionistas, bem ao gosto de Zambelli. Levou a ele um mimo (ao que parece. vinho), em uma caixa estilizada escrita “Bolsonaro”.
https://twitter.com/JasonMillerinDC/status/1485326011793166336?s=20
Cobrada por um seguidor sobre com qual dinheiro pagou os gastos da viagem, ela respondeu “Recursos próprios”. Mas não foi. O próprio site da Câmara informa que era uma missão oficial e que, só com diárias, foram usados 2.431 reais de dinheiro público – ainda falta lançar os valores das passagens.
O site da Câmara informa que os deputados “viajam em missão oficial para o cumprimento de deveres inerentes ao mandato que exercem na Câmara”. O único compromisso oficial foi um encontro com o embaixador brasileiro nos EUA, Nestor Forster.
Cobrada por vários seguidores — a hashtag #MamataDaZambelli ficou enre as, Zambelli chegou a responder rispidamente. Veja abaixo alguns comentários de seguidores no Twitter.