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Câmara ignora Justiça e mantém homenagem a Michelle no Theatro Municipal

Presidência do Legislativo municipal alega que uso do espaço não fere a impessoalidade do ato em decisão que contraria o TJ-SP; multa é de 50.000 reais

Por Adriana Ferraz Atualizado em 9 Maio 2024, 11h05 - Publicado em 25 mar 2024, 12h02
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  • A Câmara Municipal de São Paulo decidiu manter a sessão solene marcada para homenagear Michelle Bolsonaro na noite desta segunda, 25, no Theatro Municipal de São Paulo, apesar do veto da Justiça. De acordo com a presidência da Casa, o uso de equipamento público ou outros espaços para a concessão de títulos é comum e, portanto, o caso da ex-primeira-dama não fere a impessoalidade do evento. Só neste ano, segundo levantamento da Câmara, já foram realizadas quarenta entregas do tipo fora do Palácio Anchieta, sede do Legislativo municipal. A multa fixada pela Justiça, em caso de descumprimento da proibição, é de 50.000 reais.

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    De acordo com a organização da homenagem, são esperadas cerca de 1.200 pessoas na festa. Na lista, estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que autorizou o uso da principal sala de espetáculos da cidade sem custo — se fosse pago, o aluguel do espaço custaria 100.000 reais. Todos devem fazer pronunciamento.

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    Na última sexta, 22, o Tribunal de Justiça de São Paulo proibiu a cessão do Theatro Municipal para a realização da cerimônia de entrega do título de cidadã paulistana à ex-primeira-dama. A ordem, do desembargador Martin Vargas, atendeu a pedido da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e da ativista Amanda Paschoal. A ação chegou a ser rejeitada em primeira instância, mas houve recurso. 

    Em sua decisão, o desembargador apontou para a existência de “indícios contundentes” de violação do interesse público na realização do evento no Theatro Municipal. Segundo ele, as diferentes justificativas apresentadas para a realização do ato no espaço (entre as quais a indisponibilidade do plenário da Câmara de Vereadores e a falta de espaço no Palácio Anchieta) “indicam a presença de grave risco de desvio de finalidade do bem público, do dever de impessoalidade e da promoção pessoal de autoridade, especificamente na figura da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro”.  Em nota, a Câmara disse ainda que “recorreu e seguirá discutindo judicialmente sobre a liminar”.

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    Prefeitura diz não haver ‘excepcionalidade’

    A concessão da honraria foi aprovada em novembro do ano passado por iniciativa dos vereadores Rinaldi Digilio (União), Rubinho Nunes (União) e Fernando Holiday (PL). Na Câmara Municipal de São Paulo, a entrega de títulos é prática comum aos 55 parlamentares, que podem aprovar até oito honrarias do tipo ao longo do mandato. Em nota, a prefeitura informou que “não há qualquer excepcionalidade” na cessão autorizada a pedido do vereador Rinaldo Digilio — o parlamentar afirmou que decidiu nesta segunda pagar com recursos próprios o aluguel do teatro “a fim de evitar qualquer questionamento sobre eventual dano ao erário público”.

    Ato político

    A promoção de mais um ato para exaltar o bolsonarismo na cidade — há um mês, a Avenida Paulista foi palco de uma manifestação em defesa do ex-presidente — reforça a polarização que já marca a eleição deste ano na capital. A disputa promete ser um tira-teima entre o presidente Lula, que apoia o deputado federal Guilherme Boulos, e o ex-presidente Jair Bolsonaro, que defende o nome de Nunes.

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    Procurada, a Prefeitura não informou quanto cobrou pelo uso do espaço nem se o vereador Digilio já fez o pagamento.

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