Brasil barrou populistas contrários à democracia, diz Moraes na despedida
Ministro comandou nesta quarta-feira a sua última sessão à frente do Tribunal Superior Eleitoral, que passará a ser comandado por Cármen Lúcia
O ministro Alexandre de Moraes disse nesta quarta-feira, 29, na última sessão que comandou como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que a Corte que comandou por dois anos foi vanguarda no combate à desinformação e que a atuação da Justiça impediu a ascensão de populistas que querem sabotar a democracia.
Em seu discurso ao final da sessão, Moraes disse que a desinformação e o discurso de ódio nas redes sociais contribuíram “em vários lugares do mundo para levar populistas contrários à democracia a chegarem ao poder”.
“No Brasil não. O Brasil saiu vencedor, a população brasileira saiu vencedora, acreditou nas urnas eletrônicas. Mostramos aqui que é possível uma reação a esse novo populismo digital extremista que pretende solapar as bases da democracia”, afirmou.
Ele ressaltou o fato de que, apesar do discurso de desinformação nas redes sociais, a população acreditou nas urnas eletrônicas e confiou na Justiça Eleitoral, o que foi fundamental para o desfecho da eleição de 2022. “Foi a primeira vez que o segundo turno teve mais eleitores que o primeiro. O eleitorado acreditou na Justiça Eleitoral, acreditou que as instituições são fortes”, disse.
A maior parte do discurso, de pouco mais de dez minutos, foi tomada pela defesa da necessidade de regulamentar as redes sociais, para combater os crimes contra a sociedade e contra as instituições. “Eleitor precisa votar com consciência e liberdade, e isso exige cada vez mais o combate à instrumentalização das redes sociais”, disse.
Passagem de bastão
Moraes foi elogiado e aplaudido por uma plateia que incluía advogados e outros representantes de entidades do direito. Foi elogiado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e retribuiu: disse que tudo o que a Justiça Eleitoral fez nos últimos anos para combater desinformação e crimes contra a democracia não teria sido possível sem a participação do Ministério Público.
E fez um agrado a sua sucessora no comando da Corte, a quem chamou de minha “eterna presidente”, lembrando que foi ela quem o empossou como ministro. “O TSE está em ótimas mãos, as eleições de 2024 não poderiam ser melhor dirigidas do que pela ministra Cármen”, disse.