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Por José Benedito da Silva
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Adriana Ferraz. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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‘Bolsonaro tem um capital político muito grande’, diz Braga Netto

Responsável pela articulação do partido, ex-ministro fala com exclusividade a VEJA sobre eleições de 2024 e futuro político do ex-presidente

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 Maio 2023, 12h56

Um dos ministros palacianos mais próximos do então presidente Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto tem ensaiado novos voos na política desde o fim do último governo, como mostra reportagem de VEJA na edição desta semana. À frente da Secretaria Nacional de Relações Institucionais do PL, o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa tem estreitado laços com o cacique Valdemar Costa Neto ao mesmo tempo em que organiza a sigla para a disputa das eleições municipais de 2024 — a ambição da legenda é eleger número recorde de prefeitos e vereadores.

Entre os compromissos das variadas agendas do general estão reuniões com políticos aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encontros com parlamentares e eventos com empresários e lideranças políticas locais em estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais — onde nasceu. Ele, no entanto, declara que é apenas um “gestor” do partido. “A articulação política é toda do presidente Valdemar e do presidente Bolsonaro. Vim para organizar e planejar. Queremos ser uma referência da agenda conservadora e liberal”, diz Braga Nett.

Cotado para a corrida à Prefeitura do Rio de Janeiro após o veto de Bolsonaro à candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Braga Netto por ora fala com reservas sobre o assunto. Membros do partido afirmam, inclusive, que pesquisas internas apontam para um favoritismo do general em relação a outros postulantes. A vaga é cobiçada pelo senador Carlos Portinho (PL) e pelos deputados federais Eduardo Pazuello (PL) e Otoni de Paula (MDB). “O futuro a Deus pertence e a decisão final é dos nossos líderes”, afirma Braga Netto — interlocutores dizem que o que faz brilhar os olhos do general é a disputa por uma vaga ao Senado por Minas em 2026.

Leia abaixo entrevista com o ex-ministro:

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Muito tem se falado sobre um possível retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro à cena política. Há uma previsão de início das viagens pelo país com a ex-primeira-dama Michelle? O presidente Bolsonaro tem um capital político muito grande. Essa decisão é toda dele e tenho certeza que alcançará o sucesso para qualquer que seja o cargo que ele se candidate, e ele é, sem dúvida, o cabo eleitoral dos sonhos de todo candidato. Dona Michelle, como presidente nacional do PL Mulher, está identificando mulheres que desejam e que têm potencial para entrar para a política e que compartilham dos nossos valores, dando visibilidade para suas ações. Ela também está iniciando um projeto chamado Mulheres que Fazem Acontecer, que já está colhendo frutos.

Atualmente, o senhor é cotado para disputar a Prefeitura do Rio em 2024. É uma possibilidade? Também fala-se de uma possível vaga ao Senado por Minas Gerais em 2026. Disputar uma eleição no futuro próximo faz parte dos seus planos? Há mais de 40 anos, eu sirvo o nosso país com muito orgulho. Fui adido militar na Polônia, nos Estados Unidos e no Canadá, além de observador militar da ONU no Timor Leste. Fui interventor federal na área de segurança pública, ministro da Defesa e da Casa Civil. Ano passado, tive minha primeira experiência eleitoral, já compondo uma chapa presidencial. Eleitoralmente, fui de 0 a 100 em curtíssimo espaço de tempo. Creio que aprendi muito e continuo aprendendo. Minha sorte é que tenho ali bem próximo no meu dia a dia, dois dos líderes políticos mais importantes e influentes do Brasil: Bolsonaro e Valdemar. O futuro a Deus pertence. Todos os candidatos são escolhidos após conversas internas do partido, da viabilidade eleitoral, mas é claro que a decisão final é dos nossos líderes. Vamos falar disso quando for a hora.

“O futuro a Deus pertence. Todos os candidatos são escolhidos após conversas internas do partido, da viabilidade eleitoral, mas é claro que a decisão final é dos nossos líderes. Vamos falar disso quando for a hora”

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O senhor tem declarado que seu principal objetivo atualmente no PL é reestruturar o partido para as eleições municipais de 2024. O que tem sido feito nesse sentido? Ainda no ano passado, elegemos bancadas de 99 deputados e 14 senadores no Congresso. Temos também uma enorme capilaridade nacional. Temos hoje 124 deputados estaduais e 328 prefeitos. Foi neste cenário que o presidente Valdemar conversou comigo sobre a necessidade de reestruturar e fortalecer o partido. Precisávamos estruturar alguns fluxos e consolidar a ordenamento do PL. Vim para atuar como um gestor. Para organizar, planejar e administrar este reconhecimento que uma parcela significativa de brasileiros teve com o partido. Para 2024, queremos eleger mais de mil prefeitos em todo o Brasil, além de aumentar expressivamente o número de vereadores. Esse propósito não é simplesmente um número. O PL acredita que é preciso priorizar o municipalismo, que foi uma marca do governo Bolsonaro. Defendemos a autonomia dos gestores públicos municipais, porque são eles que conhecem de perto as demandas locais. Isso promove a eficiência na gestão pública e fortalece a democracia. E temos também uma atenção especial para o aumento de filiadas e da participação feminina na política. Temos grande possibilidade de viabilizar isso por conta de dona Michelle, que assumiu a presidência do PL Mulher Nacional e tem feito um grande trabalho. Mas todo gestor responsável sabe que é imprescindível planejar para curto, médio e longo prazo. Queremos ser uma referência da agenda conservadora e liberal no Brasil e, para isso, estamos também pensando lá na frente, em 2033. Estamos visitando os estados para identificar desafios e oportunidades, além de buscar soluções para os problemas enfrentados. Estamos estabelecendo e consolidando contatos com lideranças que já existem e aquelas em potencial. Temos uma quantidade enorme de pessoas que passaram a se interessar pela política, pessoas de bem e capacitadas, que querem contribuir com o Brasil e que compartilham dos nossos mesmos valores. Mas meu papel é de gestor, a articulação política é toda do presidente Valdemar e do presidente Bolsonaro, que faz isso com maestria.

“Para 2024, queremos eleger mais de mil prefeitos em todo o Brasil, além de aumentar expressivamente o número de vereadores. O PL acredita que é preciso priorizar o municipalismo, que foi uma marca do governo Bolsonaro”

Encontros com empresários e representantes da sociedade civil também têm feito parte da sua agenda, com a defesa de pautas como a da livre iniciativa. Durante a campanha presidencial de 2022, o presidente Bolsonaro cumpria as agendas com grande público, até pelo carisma e apelo popular que ele tem. Eu fazia essa interlocução com empresários, representantes do setor financeiro, instituições e associações comerciais. Meu papel era captar as percepções e levar as propostas de continuidade da nossa política econômica que já era um grande sucesso. Essa agenda econômica liberal sempre ficou muito clara durante o governo Bolsonaro e se encaixa perfeitamente no pensamento do grande diplomata e deputado federal, Álvaro Valle, fundador do PL. Reconhecemos a redução de impostos e controle do gasto público como fatores essenciais para a promoção do crescimento econômico. Também acreditamos no estímulo ao empreendedorismo, na defesa do livre mercado e na facilitação da abertura de novas empresas e redução da burocracia.

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No início do ano, o PL lançou o Observatório Político, iniciativa cujo propósito é auxiliar parlamentares de oposição no Congresso a fiscalizar o governo Lula. A ferramenta tem dado frutos? O PL compreende a relevância de se consolidar uma oposição estruturada, responsável e construtiva, baseada em valores conservadores e de liberdade econômica. Diante disso, estamos implantando um Sistema de Planejamento e Gestão de Informações Estratégicas, impulsionado por três engrenagens que giram em sincronia: Planejamento, Comunicação e Observatório Político. O Planejamento Estratégico permite que o PL atue de forma alinhada e sinérgica em todas suas esferas, consolidando uma oposição construtiva, com ações proativas, responsáveis e organizadas. A Comunicação Estratégica possibilita a troca de informações para alcançar metas específicas e dialogar com o público, com uma abordagem estruturada para transmitir mensagens de forma eficaz, alinhadas com os objetivos e agendas em comum. E o Observatório Político será responsável por unificar, tratar e transmitir dados e informações estratégicas às suas lideranças, aos seus apoiadores e à sociedade brasileira, em geral. Para fazer o Observatório funcionar, estamos contando com a colaboração dos nossos parlamentares, de lideranças de todo o Brasil, de grandes nomes do governo Bolsonaro, além de notáveis acadêmicos. Temos uma rede muito grande de homens e mulheres que conhecem as peculiaridades do nosso país e que estão nos ajudando a pensar o Brasil que queremos construir.

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