Auditora do TCU quer ‘pente-fino’ em viagem de Bolsonaro aos EUA
Então presidente deixou país rumo à Flórida dois dias antes do fim do mandato
A auditora do Tribunal de Contas da União (TCU) Valéria Galgariny de Magalhães Melo solicitou à Corte que a Casa Civil seja oficiada para enviar uma série de informações sobre a última viagem que Jair Bolsonaro realizou na Presidência da República. Às vésperas do fim do mandato, Bolsonaro deixou o país rumo aos Estados Unidos, onde ficou por três meses.
O pedido de uma investigação no TCU para apurar possíveis irregularidades no uso de dinheiro público para o deslocamento presidencial partiu do ex-deputado federal Elias Vaz de Andrade (PSB), atualmente exercendo um cargo no Ministério da Justiça.
No relatório da auditoria, Valéria Melo afirmou que “é inegável que os custos dessas viagens são elevados, pois englobam os custos do avião da Força Aérea Brasileira (FAB), as taxas aeroportuárias, comidas e bebidas dentro do avião, as equipes de apoio e segurança, diárias, hospedagens, transporte terrestre e outras despesas inerentes à viagem”.
Por outro lado, Melo reconhece que faltam informações financeiras e de logística para que possa concluir a análise. Diante disso, a auditora solicita aos seus superiores que o Ministério da Casa Civil seja oficiado para enviar todas as informações disponíveis sobre a última viagem de Bolsonaro.
Veja a íntegra do pedido:
“A realização de diligência à Casa Civil da Presidência da República, para que no prazo de 15 (quinze) dias apresente ao Tribunal os pressupostos de fato e de direito para a viagem realizada pelo então presidente Jair Messias Bolsonaro no dia 30/12/2022 à cidade de Orlando, no estado da Flórida, nos Estados Unidos da América, encaminhando cópia de todos os documentos que compõem o processo, incluindo:
– Relação dos servidores que integraram o escalão avançado e relação das comitivas, originadas do relatório da viagem elaborado pelo coordenador de viagem;
– Cotações de preços para prestação de serviços aeroportuários e de comissária aérea e para aquisição de alimentação;
– Lista nominal dos efetivos que foram atendidos com alimentação;
– Mapa de distribuição dos apartamentos em caso de hospedagem em hotel (grade de hospedagem);
– Relatório das despesas realizadas;
– Faturas do cartão de pagamento do governo federal referentes aos meses que abrangem gastos associados a despesas realizadas na viagem”.
O pedido da auditora ainda não foi analisado pelos ministros.