Diante do silêncio do Ministério da Defesa, que realizou uma fiscalização da votação no primeiro turno, mas ainda não divulgou os resultados, o Tribunal de Contas da União (TCU) notificou a pasta, nesta terça-feira, 11, para que apresente as conclusões do seu trabalho. Os militares acompanharam o teste de integridade feito nas urnas no momento da votação, cujo objetivo é conferir se os equipamentos estão computando os votos corretamente, e realizaram uma auditoria na totalização dos votos feita pela TSE (Tribunal Superior Eleitoral), comparando os dados do tribunal com os de uma amostra dos boletins de urna que são impressos em cada seção eleitoral ao fim da votação.
Até mesmo o TSE está sem informações sobre os resultados da fiscalização feita pela Defesa, comandada pelo ministro Paulo Sérgio Nogueira. Normalmente, instituições independentes que acompanham o processo eleitoral entregam relatórios à Justiça Eleitoral a fim de contribuir para o seu aprimoramento. Os militares não tiveram mais reuniões com o tribunal nem enviaram um relatório. Isso depois de o TSE ter sofrido uma grande pressão para mudar os procedimentos do teste de integridade. A Defesa propôs que ele fosse feito com a biometria de eleitores reais nos próprios locais de votação — o que foi aceito pela Corte para uma parte das urnas testadas.
A suspeita dos militares era que pessoas da própria Justiça Eleitoral pudessem ter inserido algum “código malicioso” dentro das urnas, para que elas, em um certo momento, passassem a roubar votos do presidente Jair Bolsonaro (PL) para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O teste de integridade sugerido pelos militares seria capaz de flagrar o tal “código malicioso”. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, disse na semana passada que o teste não apresentou nenhuma inconformidade. Resta agora os militares se manifestarem.