No olho do furacão do rombo bilionário da Americanas, da qual é um dos “acionistas de referência” ao lado dos sócios Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles, o empresário Carlos Alberto Sicupira, o Beto Sicupira, colaborou financeiramente com alguns partidos políticos em 2022, ano das eleições gerais no país.
Antes de agosto, quando as campanhas eleitorais começaram oficialmente, Sicupira dividiu 500.000 reais em doações a quatro siglas, todas de centro: MDB (200.000 reais), PSD (100.000 reais), Podemos (100.000 reais) e União Brasil (100.000 reais). PT e PL, que polarizaram a eleição presidencial, não foram agraciados pelo investidor. Os repasses do empresário às siglas, feitos por meio de transferências eletrônicas, ocorreram entre 17 de junho e 21 de julho, todos a título de “doações para manutenção do partido”.
Depois de iniciado o período eleitoral de 2022, no entanto, Beto Sicupira não colocou mais a mão na carteira para contribuições políticas – ao contrário das doações a partidos no período pré-eleitoral, como as do empresário, o dinheiro destinado a candidatos e legendas durante as campanhas fica registrado nos sistemas de prestação de contas eleitorais.
Sicupira, a propósito, não aparece como doador de nenhuma campanha política, seja municipal, estadual ou nacional, nos sistemas de informações do TSE.
Neste domingo, Beto Sicupira, Jorge Paulo Lemann e Marcel Telles se pronunciaram pela primeira vez desde a revelação do rombo contábil de mais de 40 bilhões de reais que levou a Americanas a pedir recuperação judicial. O trio de investidores disse que não tinha conhecimento das irregularidades e lamentou as perdas sofridas por demais acionistas e credores em um dos maiores escândalos financeiros da história do país.