Aliada próxima na política externa dos governos petistas, a ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner não foi esquecida pelo partido nesse momento de dificuldade, após o juiz federal Claudio Bonadio pedir a sua prisão por um caso de mais de vinte anos atrás. Em nota oficial assinada por sua presidente, a senadora Gleisi Hoffmann (PR), o PT se colocou solidário a Cristina, quem classificou como vítima de uma “evidente farsa processual”.
O magistrado argentino considerou a ex-presidente culpada de um processo que começou a tramitar em 1994. Então prefeita de Buenos Aires, Cristina Kirchner teria feito conluio com o governo do Irã para ocultar a participação dos islâmicos na explosão de um centro comunitário judaico na capital argentina. A ex-chefe do governo, no entanto, aguarda em liberdade, uma vez que é senadora e detém foro privilegiado, dependendo de autorização do Congresso para que seja detida.
Para a nota do PT, trata-se de “um atentado à democracia e uma violação do estado de direito, que tantas vidas custou ao povo argentino para ser reconstruído”. “Assim como ocorreu durante as ditaduras militares em nossa região, o objetivo dessa guerra é calar as vozes do povo e impedir sua organização política, para entregar nossos países aos grandes interesses econômicos”, argumentou o partido.
Em julho, durante o auge da crise política do governo de Nicolás Maduro na Venezuela, o PT também se manifestou, assinando, assim como o PDT e o PCdoB, nota conjunta do 23º Foro de São Paulo. O texto dizia que a “revolução bolivariana” de Maduro era alvo “do imperialismo e de seus lacaios”. Em discurso no Foro, Gleisi afirmou que o partido estava ao lado do aliado “frente à violenta ofensiva da direita contra o governo da Venezuela”.