Aplicativo de 1 milhão de reais gera problemas em votação do PSDB
Diante de falhas e lentidão no sistema, pago com dinheiro do fundo partidário, encerramento da votação foi postergado das 15h para as 18h
O PSDB já chegaria naturalmente tenso ao dia da definição das prévias que vai definir qual nome do partido será o presidenciável tucano — os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) são os favoritos (Arthur Virgílio é considerado o azarão da disputa). A campanha foi mais acirrada do que se imaginava, assim como o volume de brigas e caneladas nos bastidores. Se não bastasse, uma ferramenta tecnológica criou ainda mais estresse para a votação deste domingo, 21. O aplicativo para celular usado como “urna” nas prévias do PSDB só gerou confusão ao longo dos últimos meses e tem apresentado problemas durante a votação.
O governador do Rio Grande do Sul pediu a convocação de uma reunião da Executiva Nacional do partido para a tarde desta domingo a fim de verificar se os afiliados estão conseguindo votar e, em caso negativo, propor prorrogar ainda mais o processo de escolha do presidenciável tucano.
Os filiados do partido tiveram de baixar o programa em seus celulares e tinham até o término do dia 14 para se inscrever na disputa, usando o app. A votação começou às 8h deste domingo com lentidão e falhas no aplicativo, o que levou a direção do PSDB a postergar o encerramento do processo até as 18h — inicialmente, a votação estava prevista para terminar às 15h e o resultado ser anunciado por volta das 17h. Conhecido o vencedor, o escolhido deverá conceder uma entrevista coletiva.
A ferramenta teve um custo de 1 milhão de reais, pago pela legenda com recursos do fundo partidário. O valor corresponde ao serviço de desenvolvimento do programa, que foi feito pela Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Faurgs), aditivos feitos ao contrato e o serviço de auditoria do sistema feito pela empresa de segurança cibernética Kryptus. Segundo auxiliares da campanha de João Doria, foram encontradas sete falhas que poderiam comprometer a confiabilidade do sistema. Mesmo com a Faurgs se comprometendo a corrigir as falhas encontradas pela auditoria, há temores de que o programa possa estar vulnerável a invasões por hackers.
Por causa desses problemas, em uma reunião na última segunda, 15, auxiliares de Eduardo Leite, chegaram a propor o adiamento do pleito — o governador do Rio Grande do Sul foi ao Twitter para desautorizar sua equipe e manter a votação para o dia 21. As campanhas de Doria e Virgílio foram contra o adiamento desde o início e, assim, os tucanos irão para a votação com os nervos à flor da pele neste domingo.
Mesmo com a Faurgs se comprometendo a corrigir as falhas encontradas pela auditoria, há temores de que o programa possa estar vulnerável a invasões por hackers. Por isso, equipes de campanha devem fazer um plantão para monitorar as votações.