O pragmatismo que marcou a primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República está de volta. A fim de já formar alianças para o pleito de 2022, o petista tem procurado velhos conhecidos do universo político para reconstruir pontes e atrair apoios para sua futura candidatura. Nas conversas com os antigos aliados, Lula investe em uma nova roupagem: faz questão de frisar que se considera um político de centro e que tem posições mais moderadas do que o próprio PT.
“Ele disse que representa o centro. Lula falou que o PT está à esquerda, mas que ninguém foi tão de centro quanto ele”, relatou um cacique do MDB que falou com o ex-presidente há pouco tempo. Para embasar o discurso, Lula cita que o período em que o sistema financeiro fez mais dinheiro foi durante os anos em que ele esteve no Palácio do Planalto. O ex-presidente também tem dito aos interlocutores que está disposto a retomar o diálogo que perdeu com o grande empresariado do país.
Espera-se que o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia, acionista das empresas Biomm Technology e Kroton Educacional, fique encarregado de fazer os contatos com representantes da Faria Lima. Lula, que já foi vacinado com a segunda dose da vacina contra a Covid-19, irá a Brasília na próxima semana para realizar uma série de reuniões. Os petistas mais próximos ao ex-presidente estão acertando nesta sexta-feira, 30, os últimos detalhes da agenda. No cronograma estão encontros com embaixadores e com políticos de todas as colorações partidárias.