Candidata ao Senado pelo PSDB em São Paulo, a deputada federal Mara Gabrilli deparou com uma situação inusitada em sua campanha: ao pesquisarem por seu nome no Google, o serviço de busca oferecia como primeiro resultado o link ‘Mara Gabrilli? Conheça Jilmar Tatto“. Adversário de Mara na disputa, Tatto (PT), ex-secretário de Transportes da capital paulista, pagou o anúncio patrocinado no Google para direcionar aqueles que se interessavam pela adversária.
Em decisão nesta segunda-feira 10, o juiz auxiliar da propaganda eleitoral Mauricio Fiorito atendeu a uma representação da parlamentar tucana e determinou a retirada do conteúdo do ar por “ferir a lisura do pleito”. “É absolutamente reprovável e desleal a atitude do adversário tirar proveito da busca pelo nome da candidata para promover-se por meio de link patrocinado”, afirmou o advogado Renato Ribeiro de Almeida que, junto com Alexandre Rollo, representou a parlamentar no processo. A decisão tem caráter liminar (provisório).
Procurado por VEJA, Jilmar Tatto confirmou a estratégia, que afirma ser legal. “Toda a ação da campanha de Jilmar Tatto está dentro das conformidades do Google e do que é possível a partir da reforma eleitoral de 2017 e da resolução do TSE, que liberou os impulsionamentos de posts, onde se vinculam palavras-chave para repercutir assuntos como uma oportunidade de comparar as propostas do concorrente na disputa eleitoral”, afirmou, em nota, o candidato petista ao Senado.
Tatto também afirmou se tratar de “uma prática recorrente no mercado publicitário”. “Vejam o exemplo da [companhia aérea] Latam. Quando é pesquisada por sua palavra-chave (o nome da companhia) aparecem, pelo menos, quatro concorrentes diretos aproveitando o espaço. É assim que o Google funciona.”
Corrida
Segundo pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira, os vereadores paulistanos Eduardo Suplicy (PT), com 31%, e Mário Covas Neto (Podemos), com 17%, lideram para as duas vagas em disputa. Na sequência, aparecem o deputado Major Olímpio (PSL), com 11%, Mara e a ex-atleta Maurren Maggi (PSB), com 7%, a psicóloga Cidinha Raiz (MDB), com 6%, o deputado Ricardo Tripoli (PSDB), com 6%, Jilmar Tatto, Dra. Eliana Ferreira (PSTU) e Silvia Ferraro (PSTU), com 3%.
Marcelo Barbieri (MDB) e Antonio Neto (PDT) com 2%, Kaled (DC), Daniel Cara (PSOL), Diogo da Luz (Novo), Nivaldo Orlandi (PCO) e Pedro Henrique de Cristo (Rede) tiveram 1%. Moira Lazaro Mandato Coletivo (Rede) não pontuou. Brancos e nulos são 20% para a primeira vaga e 27% para a segunda. Os que não sabem ou não responderam são 47%.