Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Ex-governador Beto Richa e mulher são presos no Paraná

Tucano foi detido por suspeitas de fraudes no programa Patrulha Rural; simultaneamente, nova fase da Lava Jato prendeu Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete

Por Guilherme Venaglia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Guilherme Voitch Atualizado em 11 set 2018, 17h25 - Publicado em 11 set 2018, 07h19

O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), sua esposa, Fernanda Richa, e seu irmão, José Richa Filho, foram presos na manhã desta terça-feira 11 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público do Paraná (MP-PR). Richa é suspeito em um inquérito que apura fraudes no programa Patrulha do Campo, destinado à manutenção de estradas rurais no interior do estado.

Richa e Fernanda foram presos no apartamento do casal, em Curitiba, onde foram realizados simultaneamente dois mandados de busca e apreensão: um pelo Gaeco, outro pela Polícia Federal, que realiza também nesta terça a 53ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Operação Piloto. Richa é alvo das duas operações, que não têm ligação entre si, mas o mandado de prisão foi expedido pela Justiça Estadual. O ex-governador é candidato ao Senado pelo PSDB nas eleições de 2018.

Em maio, VEJA revelou que Nelson Leal Júnior, ex-diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagens (DER) do Paraná, estava detalhando um esquema de corrupção no Patrulha do Campo em seu acordo de delação premiada, implicando Richa, empreiteiras paranaenses e integrantes do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Na época, o DER era subordinado à Secretaria de Infraestrutura e Logística (SEIL), cujo titular era José Richa Filho.

Continua após a publicidade

Depoimentos de Nelson e outras provas, como gravações de áudio entregues por colaboradores mostram, que Richa Filho era um dos responsáveis por organizar o esquema com as empreiteiras. Outros dois integrantes do alto escalão do governo do tucano também foram presos: o ex-secretário de Cerimonial e Relações Internacionais, Ezequias Moreira, e o ex-secretário de Assuntos Estratégicos, Edson Casagrande.

Pela Lava Jato, foram presos Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do governo do Paraná na gestão do tucano, o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como “operador financeiro do ex-governador”, e Tiago Correia Adriano Rocha, identificado pelo Ministério Público Federal (MPF) como “braço-direito de Jorge”.

Sobre a Piloto, a PF informa que a operação diz respeito a suspeitas de “suposto pagamento milionário, feito no ano de 2014, pelo Setor de Operações Estruturadas do grupo Odebrecht,  visando possível direcionamento do processo licitatório para investimento na duplicação, manutenção e operação da rodovia estadual PR-323 na modalidade parceria público-privada”.

Continua após a publicidade

Sobre o caso, o blog VEJA Paraná também revelou uma gravação que mostrava Roldo pedindo a um empreiteiro paranaense que entrasse como “cobertura” na licitação, de forma a mascará-la para não levantar suspeitas em relação à vitória da Odebrecht, que já estava acertada previamente. Em troca, a empresa desse empreiteiro, o grupo Bertin, teria ajuda para vender parte do complexo de usinas termoelétricas de Aratu, na Bahia, para a Copel, estatal paranaense de energia. A reunião ocorreu em uma segunda-feira, dia 24 de fevereiro de 2014, na sala de Roldo, localizada no 3º andar do Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, ao lado do gabinete do governador.

Ao todo, o Gaeco, por meio da operação Rádio Patrulha cumpriu 15 mandados de prisão temporária e 26 de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu. A Operação Piloto cumpre dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária e 23 de busca e apreensão, mobilizando 180 policiais federais. O nome da operação, “Piloto”, é uma referência, segundo a PF, “a codinome atribuído pelo grupo Odebrecht”. Segundo delatores da empreiteira, este era o apelido para indicar pagamentos a Beto Richa por meio dos sistemas do “departamento da propina”.

Continua após a publicidade

A advogada Antonia Lélia Sanchez, que defende o tucano Beto Richa, afirmou que a defesa não teve acesso aos autos e que o ex-governador está “sereno e sempre se colocou à disposição da Justiça para esclarecer os fatos”. A reportagem tenta contato com a defesa de José Richa Filho, Fernanda Richa, Ezequias Moreira e Edson Casagrande. O advogado de Deonílson Roldo, Roberto Brzezinski Neto, afirmou “estranhar” a prisão já que seu cliente sempre se colocou à disposição para colaborar com a Justiça.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.