A convocação de manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, programadas para o próximo domingo, 26, divide o PSL. O deputado federal Alexandre Frota (SP), um dos integrantes do partido com maior poder de mobilização – ele tem mais de 1 milhão de seguidores no Facebook –, está entre os que apoiam abertamente os atos. “Eu acho toda manifestação válida, é a voz das ruas, um ato democrático e de liberdade”, afirmou Frota nesta segunda-feira, 20.
De acordo com o deputado, os atos representam apoio não apenas a Bolsonaro, mas a medidas do governo, como o pacote anticrime. “A minha posição é a de sempre desde 2014. Eu luto pelo Jair. A esquerda faz seu trabalho sujo, mas a gente passa por cima”, afirmou.
Ele fez duras críticas à posição do Movimento Brasil Livre (MBL) de não apoiar os atos – a hashtag #MBLtraidoresdaPatria, levantada por apoiadores do presidente, ficou entre as mais lidas do Twitter. “Mais cedo ou mais tarde, Renan Santos, Rubinho, Fernando Hollyday e ‘Mamãe Falei’ iriam se lambuzar com o mel. Eles nunca foram a favor do Bolsonaro, mas não quero saber deles.”
Alexandre Frota, no entanto, minimizou as declarações da correligionária Janaina Paschoal, deputada estadual por São Paulo, contrária aos atos. Para Janaina, as manifestações “não têm sentido” por terem sido convocadas por quem está no poder. “Ela tem suas razões e opinião próprias, e eu respeito”, contemporiza Frota.
No domingo 19, a deputada disse que os atos “não têm racionalidade” e que, “se as ruas estiverem vazias, Bolsonaro perceberá que terá que parar de fazer drama para TRABALHAR!”.
Nesta segunda, em um grupo de WhatsApp de deputados estaduais do PSL de São Paulo, Janaina classificou como “maluco” o vídeo compartilhado pelo presidente no qual um pastor congolês o apresenta como “estabelecido por Deus” para comandar o Brasil. Nas mensagens, Janaina Paschoal ainda criticou a “cegueira” dos colegas e comparou-os a petistas. Ela saiu do grupo e falou em deixar o partido.