O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PL) reagiram às duras críticas feitas por Silas Malafaia a Jair Bolsonaro.
Em entrevista à colunista Monica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, nesta terça-feira, 8, o pastor e aliado de primeira hora do clã acusou o ex-presidente de se omitir nas eleições para a prefeitura de São Paulo e disparou: “Que porcaria de líder é esse?”.
Em suas redes, Carlos afirmou reconhecer a “importância” de Malafaia na pauta de defesa de anistia aos presos do 8 de Janeiro e de defesa da “liberdade” no país — foi o pastor quem financiou, apenas neste ano, dois grandes atos na Avenida Paulista e um outro em Copacabana com esse mote —, mas criticou o líder religioso. “Tem meu respeito mesmo que esteja extremamente irritado por algum motivo e cometa alguns equívocos, agora atacando de forma absurda meu pai”, declarou.
Eduardo, em nota enviada à imprensa, seguiu na mesma toada. Reconheceu a atuação de Malafaia nas pautas conservadoras e buscou apaziguar a situação. “Se ele nos critica hoje por algum motivo, ainda que eu possa entender como absurdas certas palavras usadas por ele, cabe a mim ter a maturidade de interpretar e resolver com ele internamente”, declarou o deputado.
Mais cedo, Flávio falou ao portal Metrópoles e, depois, emitiu uma nota também criticando a postura de Malafaia. “Roupa suja se lava em casa, e não em público. O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes (prefeito do MDB) não estaria no segundo turno”, disse o senador.
Marçal e Tarcísio de Freitas
O ponto central do atrito entre diferentes alas da claque bolsonarista foi justamente a eleição em São Paulo. Bolsonaro e o PL fecharam acordo para apoiar a reeleição de Nunes, com a indicação do vice Mello Araújo (PL) na chapa. Com a tração conseguida por Pablo Marçal (PRTB) e a identificação do eleitorado bolsonarista com o ex-coach, Bolsonaro, como estratégia para conter um possível desgaste, passou a evitar o apoio direto a Nunes. O atual prefeito teve o apoio de figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e do próprio Malafaia.
Depois que Marçal começou a adotar uma postura frontal contra quadros do próprio PL, num movimento considerado até mesmo de “quebra de hierarquia” contra Bolsonaro (algo que começou a incomodar e a preocupar o ex-presidente), Malafaia foi um dos nomes que não recuaram e decidiram “bater de frente” com o empresário. Até a eleição, eram contumazes os vídeos do pastor buscando apontar a “farsa” do ex-coach, principalmente junto ao público evangélico.
Também nesta terça-feira, 8, Flávio comentou o posicionamento de Tarcísio e de Malafaia em torno da candidatura de Nunes, mas queixou-se da exposição pública feita pelo pastor.
“Foram decisivos Tarcísio e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol que não ganha só com atacantes. A fase agora é de distensionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema esquerda em São Paulo, 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos”, disse o filho Zero Um de Bolsonaro.