O feriado de 7 de Setembro ainda não acabou, mas já dá para dizer que a principal aposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao incentivar a manifestação de apoiadores durante a data comemorativa foi bem-sucedida. Os atos bolsonaristas reuniram bons públicos nas três principais cidades, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo — as duas primeiras contaram com a presença do presidente.
As imagens de Bolsonaro discursando em nome da liberdade, dos valores cristãos, contra o comunismo e em defesa da pátria para uma multidão verde-amarela vão se transformar em material pra a campanha eleitoral nas redes sociais e na propaganda na TV. Elas passam a ideia, afinal, de que ele é capaz de promover grandes concentrações populares a menos de um mês da eleição.
Também servirão para reforçar as críticas às pesquisas eleitorais — na maioria, o presidente está atrás de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A estratégia já começou a ser usada quase em tempo real nas redes sociais, como mostra o post abaixo do filho Zero Um do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Prevejo pânico na redação da globo e no comitê anti-Bolsonaro do DataFolha:#7desetembro pic.twitter.com/oAEcLnJkei
— Flavio Bolsonaro #B22 (@FlavioBolsonaro) September 7, 2022
O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), um dos principais líderes do Centrão, também foi às redes festejar as imagens.
https://twitter.com/ciro_nogueira/status/1567561688945250307?s=20&t=nqsbDk9-RDRZwDlI5SRxSQ
Ao longo do dia, foram centenas de menções ao “datapovo”, expressão usada por bolsonaristas para dizer que as ruas mostram um cenário mais plausível do que as empresas especialistas nesse tipo de levantamento — em especial, o Datafolha.
As pesquisas não condizem com o que estamos vendo nas ruas. Seja você de esquerda, centro ou qualquer coisa. Isso é um fato.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) September 7, 2022
Nossa bandeira jamais será vermelha 🇧🇷💪 #7desetembro #bolsonaro Isso é DataPovo! https://t.co/B4oO7rHaHy
— Luiz Lima (@Oficialluizlima) September 7, 2022
As multidões que se reuniram em torno do presidente nas três principais cidades do país servirão para ilustrar um apoio expressivo da população que o presidente claramente já tinha. Desde o começo da campanha presidencial, mesmo em seus piores momentos e com uma avaliação ruim de seu governo, ele ostentou em torno de 30% do eleitorado, o que é mais que suficiente para levá-lo ao segundo turno. Nas últimas dez pesquisas BTG/FSB, por exemplo, Bolsonaro sempre oscilou de 29% a 33% das intenções de voto.