Herdeiro político do ex-governador, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Lula e agora ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, o deputado federal Duarte Júnior (PSB) está com dificuldades para conquistar a prefeitura de São Luís, mesmo com todo o apoio da máquina política deixada pelo seu padrinho.
Segundo pesquisa Quaest divulgada na segunda-feira, 9, ele tem apenas 21% das intenções de voto contra 60% do prefeito Eduardo Braide (PSD), que tenta a reeleição. O segundo pelotão de candidatos vem bem distante, com Wellington do Curso (Novo) com 3%, seguido por Dr. Yglésio (PRTB), com 2%. Fábio Câmara (PDT), Flávia Alves (Solidariedade) e Saulo Arcangeli (PSTU) têm 1% cada. Os indecisos são 5% e os brancos e nulos são 6%. O instituto ouviu 852 eleitores entre os dias 6 e 8 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Há sinais da herança do agora ministro do STF em todo lugar. A começar pelo candidato escolhido pelo seu antigo grupo para disputar a prefeitura de São Luís. Duarte Jr., além de ser do mesmo partido ao qual Dino pertencia, o PSB, é um professor universitário e advogado de 37 anos que foi aluno de Dino na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Maranhão e até hoje se refere a ele como “professor”, como mostrou reportagem de VEJA
Duarte Jr. foi convidado logo após a formatura para o comando de postos da administração estadual quando Dino se tornou governador do estado. A chefia de órgãos como o Procon e o Viva Cidadão (serviço de emissão de documentos) o credenciou a ser eleito deputado estadual em 2018 e federal em 2022. Sua única derrota eleitoral foi em 2020, quando tentou a prefeitura de São Luís pela primeira vez e foi derrotado por Braide.
Máquina eleitoral
Duarte Jr. disputa a prefeitura com praticamente a mesma máquina que sustentou o último projeto eleitoral de Dino, em 2022. Das dez legendas que apoiaram as campanhas do hoje ministro do STF ao Senado e de seu vice, Carlos Brandão, ao governo do estado, nove estão na campanha do candidato do PSB (veja o quadro).
No total, a coligação terá doze partidos, reproduzindo a miscelânea ideológica característica das alianças formadas pelo seu padrinho. A chapa reúne siglas à direita e à esquerda e traz um ineditismo na atual campanha: é a única coligação de candidato a prefeito em uma capital que reúne PT e PL no mesmo palanque.