A decepcionante performance de Datena na corrida à prefeitura de São Paulo
Levantamento foi divulgado pelo instituto Paraná Pesquisas
O apresentador de TV José Luiz Datena nunca foi candidato a nada, mas tem um currículo partidário impressionante. Filiado ao PSDB desde abril, ele está no seu 11º partido desde 1992 – passou por PT, PP, PRP, DEM, MDB, PSL, União Brasil, PSC, PDT e PSB antes de pousar no ninho tucano anunciando disposição para participar da eleição à prefeitura de São Paulo, maior colégio eleitoral do país.
Muita gente duvida que ele, de fato, irá estrear como candidato porque o passado recente obriga a ter uma certa cautela. Ele já anunciou a intenção de disputar uma infinidade de postos, inclusive a Presidência da República, em 2022. Ao se filiar ao PSDB, já deixou a dúvida no ar. “Posso dar o pé daqui amanhã”, disse, após repetir mais de uma vez que “o futuro a Deus pertence”, ao lado da candidata a prefeita Tabata Amaral (PSB), de quem pode ser candidato a vice.
Mas há quem não descarte que ele seja o postulante a prefeito pelo PSDB, um partido que já foi gigante em São Paulo, onde nasceu, tendo inclusive reeleito Bruno Covas em 2020 – o tucano morreu em maio de 2021, vítima de câncer. Desde então, a legenda enfrenta uma derrocada na cidade a ponto de ter perdido todos os seus vereadores, que debandaram para poder apoiar com tranquilidade a reeleição de Ricardo Nunes (MDB), já que a direção nacional tucana ainda não deu aval à reeleição do emedebista.
Se for candidato a prefeito, no entanto, Datena pode ter dificuldades. Levantamento feito entre os dias 26 de abril e 1º de maio pelo instituto Paraná Pesquisas e divulgado nesta quinta-feira, 2, incluiu o seu nome no levantamento. Apesar de popular em São Paulo, de onde comanda o programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, ele teve apenas 15,3% das intenções de voto.
À frente dele ficaram o atual prefeito, Ricardo Nunes, com 27,3%, e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), com 25,7% — os dois estão empatados na margem de erro de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos.
Na sequência, aparecem Tabata, com 8,2%; Kim Kataguiri (União), com 4,0%; Marina Helena (Novo), com 3,%; Pablo Marçal (PRTB), com 2,3%; e Altino dos Prazeres (PSTU), com 0,3%. Outros 6,7% disseram que iriam votar em branco, nulo ou nenhum e 6,8% não souberam ou não responderam.
Nota do PSDB
Após a publicação desta matéria, a Executiva Nacional do PSDB enviou uma nota na qual diz que o desempenho de Datena na pesquisa foi “espetacular” e que o partido está “muito empolgado” com a possibilidade de ele disputar a prefeitura de São Paulo.
Leia a íntegra da nota:
A interpretação de que o desempenho do jornalista José Luiz Datena na disputa eleitoral de São Paulo é decepcionante não é a mesma interpretação que nós, do PSDB, temos.
Para alguém que jamais disputou eleições, e que a uma simples menção ao seu nome já pontua com algo em torno de 15% das intenções de voto, o desempenho de Datena na pesquisa divulgada pelo Instituto Paraná Pesquisas é espetacular.
Em se confirmando sua candidatura, Datena deverá ser a grande surpresa da eleição deste ano e certamente mudará sensivelmente o cenário eleitoral atualmente estabelecido. O PSDB está muito empolgado com a possibilidade de ter José Luiz Datena como seu candidato a prefeito na eleição deste ano na capital paulista.
Outro cenário
Em uma outra simulação sem Datena, o que é o cenário mais provável, Ricardo Nunes tem 35,2% das intenções de voto contra 29,8% de Boulos – leia matéria completa sobre o cenário de primeiro turno aqui.
Já nas projeções de segundo turno, Nunes venceria tanto Boulos quanto Tabata, com vantagens fora da margem de erro de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos – leia a matéria completa sobre o cenário de segundo turno aqui.
A pesquisa ouviu 1.200 eleitores na cidade de São Paulo.