Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês

Maílson da Nóbrega

Por Coluna Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
Continua após publicidade

PIB: mistério nos estoques?

A variação incomum é reflexo da reorganização da produção

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 4 jun 2024, 13h43 - Publicado em 4 jun 2021, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Indústria
    CRESCIMENTO - Indústria em São Paulo: medidas propostas visam a incentivar a produção e gerar emprego (Germano Luders/.)

    O comportamento dos estoques no resultado do PIB do primeiro trimestre motivou estranhamentos. Chegou-se a calcular um crescimento de 2%, o que não seria usual. Sem isso, falou-se, o PIB poderia ter caído no período.

    O IBGE calcula o PIB sob duas ópticas principais: a da demanda e a da oferta. Na demanda, se computam o consumo das famílias, o consumo do governo, a formação bruta de capital (parcela básica do investimento) e as importações e exportações de bens e serviços. Na oferta, entram a produção da agropecuária, da indústria (que compreende as áreas de transformação, produção e distribuição de energia elétrica, e construção) e dos serviços, além dos impostos.

    Esses dois lados costumam não ser iguais. A diferença é a variação dos estoques entre trimestres ou anos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima essa variação como sendo a diferença entre os valores de entrada e saída de mercadorias. Quando a demanda supera a oferta, a variação de estoques é negativa. Em caso contrário, é positiva.

    A pandemia influenciou a variação dos estoques nos últimos três trimestres de 2020, provocando resultados negativos distintos do padrão histórico. Isso porque a desorganização das cadeias produtivas fez cair a oferta de matérias-primas, partes, peças e componentes para a produção industrial. Houve muitas interrupções.

    Continua após a publicidade

    “Mesmo com a diminuição do isolamento social, a oferta de bens e produtos foi maior que a demanda”

    Ocorre que em muitos casos a demanda se manteve ativa, ainda que menor, ou cresceu mais rapidamente do que a oferta em determinados segmentos. Assim, o consumo dos estoques situou-se acima do usual, o que acarretou variação negativa naqueles três trimestres. Dados divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostraram diferenças, que fugiam do habitual, entre estoques efetivos e planejados.

    Nos primeiros meses de 2021, com a regularização gradativa das cadeias produtivas, os estoques começaram a se normalizar. Simultaneamente, a demanda das famílias se expandiu acima das expectativas, o que foi corroborado pela menor adesão ao isolamento social. Tal comportamento aparece nos indicadores de mobilidade do Google. A observância das regras foi baixa nos primeiros dois meses do ano e praticamente desapareceu em março. Mesmo assim, a produção no período ultrapassou o consumo, ocasionando a surpreendente variação positiva de estoques.

    Continua após a publicidade

    Em resumo, as variações dos estoques fora do padrão derivaram dos efeitos da pandemia sobre as cadeias produtivas e, mais recentemente, da normalização desses estoques em vários segmentos da indústria. A continuidade desse processo tende a corrigir a situação nos próximos trimestres, sem interferir, porém, no ritmo esperado para a atividade econômica ao longo de 2021. De fato, pesquisas e sondagens efetuadas pelo IBGE nos meses de abril e maio evidenciam a continuidade da recuperação econômica.

    Por estranhos que possam ter sido os resultados da variação de estoques, nunca estiveram em dúvida a sólida credibilidade do IBGE e a procedência de suas estatísticas.

    Publicado em VEJA de 9 de junho de 2021, edição nº 2741

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    2 meses por 8,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.