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Maílson da Nóbrega

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Blog do economista Maílson da Nóbrega: política, economia e história
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As velhas ideias do PT retornam ao palco

A resolução do Diretório do PT está repleta de ideias que o tempo se encarregou de enterrar

Por Maílson da Nóbrega Atualizado em 17 fev 2023, 12h54 - Publicado em 16 fev 2023, 18h49
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  • Brazil's President Luiz Inacio Lula da Silva gestures during his government's first cabinet meeting at the Planalto Palace in Brasilia on January 6, 2023. (Photo by EVARISTO SA / AFP) / “The erroneous mention[s] appearing in the metadata of this photo by EVARISTO SA has been modified in AFP systems in the following manner: [on January 6, 2023.] instead of [on December 6, 2023.]. Please immediately remove the erroneous mention[s] from all your online services and delete it (them) from your servers. If you have been authorized by AFP to distribute it (them) to third parties, please ensure that the same actions are carried out by them. Failure to promptly comply with these instructions will entail liability on your part for any continued or post notification usage. Therefore we thank you very much for all your attention and prompt action. We are sorry for the inconvenience this notification may cause and remain at your disposal for any further information you may require.”
    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) (Evaristo Sá/AFP)

    O PT continua aferrado a ideias equivocadas. A agremiação não absorveu lições da história, protagonizadas pelos partidos de esquerda europeus. A maioria deles nasceu no fim do século XIX e começo do século XX, atrelados às ideias marxistas da ditadura do proletariado e do controle dos meios de produção pelo Estado. Ao longo do tempo, influenciados por líderes lúcidos e pelo efeito didático de derrotas eleitorais, eles substituíram o velho ideário pela democracia representativa e pela adesão ao capitalismo de mercado, sob regulação do Estado e compromissos com políticas de bem-estar social.

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    O PT já se livrou do marxismo de seus intelectuais, que não impregnou o pensamento dos líderes oriundos do sindicalismo, caso de Lula. Não houve, todavia, o passo seguinte, o da adoção do capitalismo de mercado de seus congêneres europeus. É verdade que Lula abandonou grande parte dessas ideias em seu primeiro mandato, embora preservando a oposição à privatização de estatais. Continuou e aprofundou a política econômica de FHC, mantendo o equilíbrio macroeconômico. O Brasil pôde beneficiar-se do super ciclo de commodities que tornou a China a maior parceiro comercial do Brasil.

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    A resolução do Diretório Nacional do PT, divulgada nesta terça feira, 13, contém vários os equívocos; vale assinalar três deles. O primeiro é a ideia voluntarista de que a taxa de juros pode ser reduzida por pressão política. Isso deu errado recentemente na Argentina e na Turquia. Tampouco funcionou aqui em passado recente. A presidente Dilma mandou o Banco Central reduzir a taxa Selic para 7,25%. A inflação disparou e o país viveu suas pior recessão nos anos 2015 e 2016. A Selic voltou a subir e alcançou 14,25% nos últimos dias de seu governo. Os pobres foram os mais prejudicados.

    O segundo erro é a investida de Lula e do partido contra a independência do Banco Central. Trata-se de tema que começou a ser pacificado há cerca de 50 anos, quando se percebeu a necessidade de separar os ciclos políticos dos da política monetária. Tal percepção se firmou a partir dos anos 1990. Todos os países ricos adotaram a ideia. Na América Latina, destaque-se os casos do Chile, da Colômbia e do México, governados por líderes de esquerda. Nenhum deles questionou o status institucional de seus bancos centrais. A resolução do diretório nacional do PT reafirmou sua oposição à ideia.

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    O terceiro erro é afirmar que a desindustrialização do Brasil decorreu das altas taxas de juros. Esqueceram que o governo Dilma, via BNDES, conduziu o mais amplo programa de crédito a juros abaixo das taxas de mercado. Nem por isso a desindustrialização foi interrompida. A desindustrialização, maior do que a esperada em processos universais de queda da participação da indústria no PIB, decorreu da perda de competitividade do setor. Isso se explica pelos custos associados ao caótico sistema tributário, à deficiente operação da logística, à má qualidade da educação da mão de obra e, sim, de taxas de juros mais altas (por razões que o espaço não permite analisar). A saída não é forçar a queda da taxa de juros na marra, mas reunir as condições políticas para atacar os verdadeiros problemas.

    Para seu próprio bem e do Brasil, o PT precisa se modernizar. 

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