Acho babaca, pueril, mas, principalmente, contraproducente essa patrulha que se alastra na grande mídia contra o auxílio moradia, primeiro do juiz Marcelo Bretas, e hoje de Sérgio Moro.
Sem entrar no mérito de um e outro penduricalho de salário de servidor público, noto que se elegem como alvos dois dos brasileiros que mais têm trabalhado pelo bem do País.
O problema são os “privilégios”?
Ora, vamos elencá-los.
E começar a atacar, para extingui-los na forma da lei, as aposentadorias, os caríssimos seguros saúde, além, claro, dos apartamentos que deveriam ser ‘funcionais’, dos suplentes dos suplentes de parlamentares federais, estaduais e municipais. Bem como dos titulares das cadeiras para as quais nós os elegemos.
Garanto que, ao se diminuir tal farra indecente, sobra dinheiro para dobrar os vencimentos não só de Bretas e Moro, mas também de juízes como Ricardo Leite e Vallisney de Oliveira (Brasília), de Selma Arruda (Mato Grosso) e outros tantos anônimos que formam essas incríveis forças tarefas, e que já levaram para a cadeia Marcelo Odebrecht, Eduardo Cunha e Geddel Vieira Lima. Aqui, cabe lembrar, por exemplo, que Vallisney já foi chamado de “juizeco” pelo senador por Alagoas, Renan Calheiros, hoje aliado de Lula.
Servidores como Vallisney só vêm nos ajudando a resgatar o dinheiro de nossos impostos que vaza sem trégua pelo ralo, em direção a um poço sem fundo. O de propriedade dos coronéis profissionais da política.
Pra dar apenas um exemplo de valores: graças ao trabalho de equipes como as da Lava Jato, Greenfield, Zelotes, Custo Brasil e outras, o chamado “prejuízo evitado” aumentou mais de vinte vezes só entre 2014 e 2016.
Esses servidores públicos impediram a turma do terno e gravata de roubar quase R$ 60 bilhões de nossos impostos só em 2016. Ganham muito pouco frente ao benefício que nos fazem. E às futuras gerações.
O dinheiro que eles retiveram nos cofres públicos em 2016 equivale, praticamente, à metade do déficit público.
Deixem-nos trabalhar em paz.