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Por que a infertilidade está aumentando mundialmente

Tabagismo, álcool, má alimentação, sedentarismo e obesidade estão entre os fatores

Por Rodrigo Rosa
14 jun 2021, 10h35
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  • Pode não parecer, mas 15% dos casais tentam engravidar por pelo menos um ano e não conseguem. Por esse motivo sofrem com a infertilidade, um problema que está crescendo no mundo nas últimas décadas. Tanto a contagem quanto a qualidade de espermatozoides têm caído consideravelmente nos últimos anos; no caso das mulheres, elas sofrem com o declínio da qualidade do óvulo e mais abortos espontâneos.

    Entre as circunstâncias envolvidas na dificuldade em engravidar, estão desde disfunções de ovulação, alterações nas trompas uterinas, no útero e endometriose, até baixa qualidade do óvulo e adiamento da maternidade.

    Em relação à mulher, com a idade, há também uma queda do estoque de óvulos. Na verdade, cada uma nasce com todo o estoque de óvulos e esses óvulos vão sendo consumidos ao longo da vida reprodutiva. O que tem ocorrido nas últimas décadas é que esse consumo está mais intenso e as mulheres têm, então, menor tempo de vida reprodutiva.

    Junta-se a isso o fato de que houve uma mudança social importante no setor profissional e agora muitas delas adiam a gestação, o que piora a qualidade dos óvulos, que contam com mais erros genéticos, dificultando a gestação e aumentando o risco de abortos espontâneos.

    Pensando no casal, também sabemos que há um impacto da vida moderna e dos maus hábitos de vida nas causas da infertilidade. O tabagismo, o álcool, a má alimentação, o sedentarismo e a obesidade também dificultam a concepção de um filho.

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    Nesses últimos anos, as grandes mudanças que impactaram na infertilidade referem-se a uma maior exposição à poluição do ar. Por exemplo, homens e mulheres que trabalham ao ar livre em cidades grandes têm maior dificuldade em engravidar (agentes de trânsito, taxistas, motoristas de ônibus etc.).

    O excesso de exposição a produtos químicos provenientes da poluição e de agrotóxicos pode induzir a diversos tipos de danos no DNA, levando então a mutações que inviabilizam o espermatozoide, contribuindo para a infertilidade masculina.

    Com relação aos hábitos de vida, é o tabagismo e a dieta inadequada, independente do peso, que mais têm impactado a capacidade reprodutiva dos casais. O cigarro possui milhares de componentes tóxicos como nicotina, alcatrão, zinco, níquel, chumbo, ácido cético, fenol, ácido fórmico e substâncias radioativas as quais afetam a fertilidade. Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) apontam que homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de sofrerem de infertilidade quando comparados àqueles que não fumam.

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    No caso da dieta, estudo da Boston University School of Medicine realizado com mulheres americanas e canadenses entre 21 e 45 anos apontou que aquelas que consumiam ao menos um copo de refrigerante por dia tinham 25% menos chances de engravidar. No caso da obesidade, enquanto a feminina diminui em 60%, a masculina causa uma queda de até 50% na capacidade reprodutiva.

    Outro hábito que pode estar interferindo na fertilidade é dormir mal de maneira contínua. O sono é fundamental para o bom funcionamento da hipófise, glândula presente no cérebro que é responsável pela produção de uma série de hormônios, inclusive daqueles responsáveis pela estimulação dos ovários e dos testículos. Logo, quando o período de repouso é curto ou de pouca qualidade, essa glândula não funciona da maneira como deveria, o que, consequentemente, interfere na fertilidade.

    Um estilo de vida saudável, adotando uma alimentação balanceada, dormindo bem e praticando exercícios físicos com regularidade, é a melhor maneira de manter o bom funcionamento do organismo e assim melhorar a fertilidade e as chances de gravidez.

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    No entanto, se o casal perceber que está tendo problemas para engravidar, é importante que ambos consultem um médico especializado, já que apenas ele poderá realizar uma avaliação e identificar a real causa do problema, recomendando assim o tratamento adequado ou, quando a causa da infertilidade não pode ser revertida, métodos de reprodução assistida.

    Dr. Rodrigo Rosa
    (./Divulgação)

     

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