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O envelhecimento e a sexualidade

O envelhecimento está diretamente ligado aos processos endócrino-metabólicos

Por Antonio Carlos do Nascimento
31 jan 2019, 13h50

Bem claro está que o envelhecimento nos braços dos conhecimentos atuais é incondicionalmente inevitável e os modelos para viver mais e melhor são motes em todas as searas. Religiosos, filósofos, educadores físicos, médicos de todas as repartições do corpo humano, nutricionistas, psicólogos e afins apresentam suas deduções e vivemos à espera das certezas que não chegam.

O argumento utilizado para que se proceda a aceitação do envelhecimento com exercícios e regras para sono e alimentação é consciencioso, mas manco, pois, aborda as décadas de um ser humano livre submetido a ofícios, determinações, sonhos, paixões e principalmente equívocos, próprios de toda a nossa espécie. Quem de nós reinou perfeito? (ainda que tenhamos imaginado isso em algum momento).

O início, sustentação e decréscimo dos principais hormônios de nosso organismo mantêm uma relação tão fiel com nosso comportamento e dinamismo, que não é presunçoso admitir que o melhor observatório médico para acompanhar a evolução de nossas atitudes através das várias faixas etárias seja o universo dos hormônios, a Endocrinologia. Ações sempre geram reações e à luz dessa observação é óbvio que seremos sempre a resultante de nosso comportamento e este é absolutamente gerido por acordos endócrino-metabólicos.

Debuto neste artigo uma sequência na qual explicarei o que conceito Endocrine-Age, ou mais apropriadamente, envelhecimento do sistema endócrino e as circunstâncias que proíbem, sugerem ou obrigam intervenção.

O sexo e a menopausa

A explosão na produção de testosterona e estrógenos (e progestágenos) nas “adolescências” masculina e feminina, respectivamente, nos faz entender que perdemos em parte nossos filhos. Não os perdemos para suas sexualidades, mas exatamente os dividimos para tudo que estes hormônios modificam em seus cérebros, pois o comportamento humano tem estreitos laços com essas estruturas químicas.

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E neste caso resta-nos torcer para que a vida não lhes seja rude em seus repentes juvenis, enquanto perdemos as noites à espreita de suas chegadas, já em um momento que aqueles que nos esperaram, quase sempre não estão mais, para quem sabe nos ajudar ou ao menos para pedirmos desculpas. De nosso lado nos resta viver o quanto intensamente seja possível, enxergando os horizontes como Mark Strand tão bem anotou: The Future is Always Beginning Now (O futuro sempre começa agora).

Durante os anos 1980, o consenso da reposição hormonal na menopausa tomou o mundo; entre as principais justificativas estava a proteção contra a osteoporose.  Em uma década os estudos estatísticos confrontaram tal entendimento dado o aumento na incidência de câncer de mama com a sumária Terapia de Reposição Hormonal (TRH). No mundo clínico alinhado aos cuidados da mulher não faltaram “os que já sabiam do desastre” e a partir de então iniciaram uma verdadeira militância ao “Ele Não” quanto à reposição hormonal em mulheres no entorno do ocaso ovariano, o Climatério; e também naquelas já absolutamente menopausadas.

Então restaram para a relação sexual os géis, para a libido o terapeuta, para a depressão o psiquiatra, para a osteoporose a cirurgia e para o relacionamento a compreensão do companheiro  ou a separação. Além de extemporâneo e machista a conduta não possui qualquer lastro científico, pois a conclusão exata dos estudos denunciantes aos riscos é a necessidade da criterização na utilização da TRH e não a predestinação de mulheres ao repouso sexual, entre outros riscos.

É da mulher a decisão quanto à sua sexualidade, incluindo o que pretenda com sua performance, mas é responsabilidade do médico apresentar os recursos que possam melhorar e minorar (e de regra o fazem) as inquietações e perigos orgânicos nessa queda brutal dos níveis de hormônios sexuais.

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E que Milton me permita: “Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça, é preciso ter sonho sempre. Quem traz na pele essa marca possui a estranha mania de ter fé na vida”.

 

 

Quem faz Letra de Médico

Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida

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Eduardo Rauen, nutrólogo
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil, cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista

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