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Microbioma humano, o ‘segundo genoma’

O microbioma humano, conjunto de bactérias, fungos e vírus, que compõem nosso organismo têm um papel importante no corpo, inclusive na reprodução

Por Edson Borges
Atualizado em 24 ago 2017, 14h44 - Publicado em 24 ago 2017, 14h33
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  • Os seres humanos são compostos de células humanas, conhecidas como genes ou genoma, e não humanas, as microbianas: bactérias, fungos e vírus que habitam um ambiente particular, que também são codificadas com material genético. Conhecidas como microbioma humano, elas compõem cerca de 1% a 3% do total de nossa massa corporal.

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    Genoma x microbioma

    O catálogo genoma humano e sua diversidade são pequenos em comparação com a diversidade estimada do microbioma. Por esse ângulo, existem mais de 3 milhões de genes não redundantes no microbioma humano, enquanto são apenas 22.000 genes do genoma humano inteiro.

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    O estudo do microbioma na saúde reprodutiva começou no século 19, quando Ignaz Semmelweis propôs lavar as mãos com solução de hipoclorito para eliminar o risco de febre puerperal, doença que provocava a morte materna em 7% a 15%. Na época, sem comprovação científica para seu achado, ele foi considerado mentalmente instável.

    Microbioma  e o funcionamento do corpo

    Entretanto, desde 2007, com apoio financeiro, intensificaram-se os estudos do microbioma humano e grandes descobertas sugeriram que o emprego da variação nele contida pode ser útil e personificado, em relação a decisões de saúde, investigação e tratamentos.

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    Indivíduos humanos são 99,9% idênticos uns aos outros em termos de genoma, mas podem ser 80%-90% diferentes quando estudamos, por exemplo, o microbioma das mãos ou intestinos.

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    Os pesquisadores fizeram associações sobre a prevalência de alguns gêneros de bactérias com a circunferência do quadril; obesidade; com a concentração de ácido úrico; com a ingestão de amoxicilina e até com a preferência por determinado tipo de chocolate.

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    Há, ainda, estudos sobre microbioma e atividade física. Descobriu-se que o exercício praticado desde cedo pode alterar a comunidade bacteriana intestinal, promovendo uma melhor atividade cerebral e metabólica. Quanto à atividade cerebral, importantes os estudos do microbioma e seu impacto nos diferentes graus de autismo.

    Hoje já se pensa em manipular o compartimento bacteriano de nosso ecossistema, para tratar de enfermidades de forma personalizada e baratear os custos dos diagnósticos. Bem se vê que, no campo da medicina reprodutiva, não é diferente. A literatura descreve tentativas de alterar o microbioma no trato reprodutivo com o objetivo de mudar os resultados dessa tecnologia.

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    O papel do microbioma na reprodução

    Um microbioma humano pode afetar várias facetas da reprodução, desde a gametogênese, a fertilização, a migração embrionária, a implantação com implicações na falência precoce da obtenção da gestação e alterações na gravidez tardia. Incontáveis, de igual forma, as possibilidades de alterações obstétricas durante a gestação e parto em termos de infecção intrauterina e gravidez pré- termo.

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    Daí, o termo ‘segundo genoma humano’, a demonstrar a importância do microbioma e sua complexidade, pois na visão moderna o corpo humano é um ecossistema no qual as células descendentes do óvulo fertilizado são apenas um de seus componentes.

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