Assine VEJA por R$2,00/semana
Letra de Médico Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil
Continua após publicidade

Imunoterapia para o tratamento de câncer de mama é uma opção?

Este tipo de terapia é amplamente usado em tumores de pele e pulmão, por exemplo. No câncer de mama, sua eficácia começa a ser explorada

Por Antônio Frasson
Atualizado em 17 abr 2019, 15h34 - Publicado em 17 abr 2019, 15h08
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A imunoterapia estimula e auxilia o sistema imunológico (responsável pela defesa do organismo contra infecções e células tumorais) do paciente a atacar células cancerígenas. O tratamento pode ser feito basicamente de duas formas: estimulando o próprio sistema imune a trabalhar mais fortemente contra as células do câncer e/ou oferecendo ao sistema imunológico componentes feitos em laboratório, como proteínas do sistema imune que auxiliam no combate à doença.

    Publicidade

    Este tipo de terapia aumentou significativamente as chances de sobrevivência para muitas pessoas com melanoma, câncer de pulmão, bexiga e câncer de cabeça e pescoço. Sua aplicação como droga padrão no combate a todos os tipos câncer de mama também é explorada, mas os resultados das pesquisas ainda são iniciais.

    Publicidade

    Recentemente o FDA (US Food and Drug Administration), órgão americano responsável pelo controle e regulamentação de alimentos e fármacos, aprovou o primeiro tratamento imunoterápico para câncer de mama. O esquema é composto pela combinação de duas drogas (atezolizumabe e nab-paclitaxel) e destina-se às pessoas com câncer de mama em estágio avançado ou metastático do tipo triplo-negativo (quando não expressa receptores hormonais ou ausência de amplificação da oncoproteina Her2). Isso é significativo porque há poucos recursos disponíveis para esse subtipo de tumor de mama.

    A seguir, o que se sabe:

    O FDA baseou sua decisão em um estudo com 902 mulheres que mostrou avanço no controle da doença (sobrevida livre de progressão) e na sobrevida global com essa nova combinação de medicamentos. No Brasil, as duas drogas estão disponíveis para tratamentos de outras neoplasias, não sendo ainda aprovados para uso em câncer de mama.

    Publicidade

    Há um número relativamente grande de outros medicamentos (quimioterápicos e drogas anti-hormonais) para a maioria de tipos e estágios de câncer de mama. Esses tratamentos têm produzido mais benefícios e menos efeitos danosos quando comparados ao que foi descoberto até agora sobre a imunoterapia.

    Os testes clínicos indicam ser possível que pessoas com câncer de mama triplo-negativo obtenham melhores resultados com a imunoterapia do que pessoas com outros subtipos da doença. Também é mais provável que o procedimento funcione nas pessoas cujo câncer de mama tem mais mutações genéticas ou cujos tumores têm níveis mais altos de uma proteína chamada de PD-L1. Ainda, há dados que sugerem que a imunoterapia pode ser mais eficaz se utilizada no início do tratamento.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Mas a informação mais promissora até agora é a de que pessoas com câncer de mama localmente avançado ou metastático triplo-negativo PD-L1 POSITIVO, nunca tratado, podem vir a se beneficiar da combinação entre químio e imunoterapia, muito embora haja aumento da toxicidade, com efeitos colaterais que podem ser nocivos.

    Infelizmente, estudos de imunoterapia para câncer de mama resistente a múltiplos procedimentos prévios não mostraram muitos benefícios para a grande maioria das pessoas. Entretanto, há sinais de que a imunoterapia eventualmente exercerá um papel no tratamento da doença.

    Publicidade

    Um desafio da imunoterapia é que ela pode causar importantes efeitos colaterais, incluindo os que representam risco de vida. Diferentes tipos de imunoterapia podem trazer diferentes efeitos colaterais. Os mais comuns são náusea, neuropatia periférica, anemia e fadiga. Outro desafio é o alto custo do tratamento, que seguradoras podem não cobrir.

    Novas informações são esperadas nos próximos meses e anos, à medida que testes clínicos forem concluídos. Conduzidos no mundo todo, esses testes avaliam combinações de imunoterapia com drogas específicas à doença, sendo necessários para validar o papel da imunoterapia no tratamento do câncer de mama.

    Publicidade

     

    Doutor Antonio Frasson

     

     

    Quem faz Letra de Médico

    Adilson Costa, dermatologista
    Adriana Vilarinho, dermatologista
    Ana Claudia Arantes, geriatra
    Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
    Antônio Frasson, mastologista
    Arthur Cukiert, neurologista
    Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
    Bernardo Garicochea, oncologista
    Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
    Claudio Lottenberg, oftalmologista
    Daniel Magnoni, nutrólogo
    David Uip, infectologista
    Edson Borges, especialista em reprodução assistida
    Eduardo Rauen, nutrólogo
    Fernando Maluf, oncologista
    Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
    Jardis Volpi, dermatologista
    José Alexandre Crippa, psiquiatra
    Ludhmila Hajjar, intensivista
    Luiz Rohde, psiquiatra
    Luiz Kowalski, oncologista
    Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
    Marianne Pinotti, ginecologista
    Mauro Fisberg, pediatra
    Roberto Kalil, cardiologista
    Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
    Salmo Raskin, geneticista
    Sergio Podgaec, ginecologista

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.