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Gastar energia é a solução para uma vida longa e saudável

Para a saúde e a longevidade, o importante é aumentar o gasto calórico, independentemente do tipo de atividade. Vale subir escada e até andar no escritório

Por Paulo Zogaib
Atualizado em 19 fev 2017, 12h00 - Publicado em 19 fev 2017, 12h00
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  • Nas últimas décadas observamos um crescimento enorme da divulgação de que a atividade física é benéfica à saúde. Isso suscitou a multiplicação do número de academias, muito mais espaço na mídia, novos e atraentes métodos, dietas revolucionárias, o aparecimento da figura do personal trainer e, mais recentemente, os blogs e páginas do Twitter, Facebook, Instagram, etc.

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    Com exceção dos enganadores, marketeiros – vendedores de ilusão que não têm nenhum conhecimento, mas apregoam dietas e exercícios milagrosos, mascarados na alegação de que somente estão divulgando o que fazem – tudo isso é sensacional.
    Sem dúvida a prática de exercícios e a adoção de hábitos mais saudáveis implica na melhora da saúde e da qualidade de vida, na diminuição do absenteísmo, em menores gastos e menores filas nos serviços de saúde, menos utilização de remédios e aumento na expectativa de vida.

    Sabemos também que a carga de exercícios ideal é individual. O que fazer, como e quanto é relativo ao indivíduo, e os exames clínicos, as avaliações, os testes físicos são importantes para a identificação das características individuais, potencialidades e fatores limitantes que vão orientar a montagem do programa de treinamentos.

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    Porém existe outro aspecto igualmente importante que não envolve profissionais da área e só depende de cada um. Segundo a Organização Mundial de Saúde quem gasta menos de 500 calorias por semana é considerado sedentário; entre 501 e 1.999 calorias/semana são moderadamente ativos e acima de 2.000 calorias/semana são ativos.

    Ralph Paffenbarger estudou 16.000 alunos e ex-alunos da Universidade de Harvard por 16 anos e chegou a conclusões muito interessantes. Os indivíduos que sempre se mantiveram ativos apresentaram um índice de mortalidade 37% menor que os que sempre se mantiveram sedentários. Os indivíduos sedentários que se tornaram moderadamente ativos apresentaram um índice de mortalidade 21% menor do que os sedentários. Os que se tornaram ativos, um índice 28% menor.

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    Os ativos de 35 a 39 anos de idade apresentaram um aumento de 2,51 anos na expectativa de vida e de 0,42 anos nos indivíduos de 75 a 79 anos. Além disso, a porcentagem de pessoas com mais de 80 anos foi maior no grupo ativo (69,7%) do que no sedentário (59,8%).

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    O que é importante salientar sobre esse estudo é que esses benefícios ocorreram simplesmente em função do aumento do gasto calórico, independentemente do tipo de atividade. Já vimos a importância da supervisão de profissionais no programa de condicionamento físico, mas se pudermos aumentar o gasto de energia em nossas atividades corriqueiras já teremos muita vantagem.

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    Esses cálculos não são exatos, aliás, muito longe disso, porque existem inúmeras variações e interferências, mas só para se ter uma ideia vamos estabelecer que gastamos 1,0 cal/minuto. Isso significaria um gasto de 60 calorias/hora ou 1.440 calorias/dia.

    Se essas pequenas ações elevassem o gasto calórico para 1,2 caloria/minuto teríamos 1.728 caloria/dia, ou seja 288 calorias a mais. Novamente com ressalvas, uma caminhada a 6 km/h por uma hora gasta 300 calorias.

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    É difícil de acreditar, mas é verdade! Inclusive, isso é bem documentado quando se compara o grau de condicionamento físico de pedreiros, faxineiros e carteiros com escriturários, ascensoristas e telefonistas. As atividades profissionais que demandam um gasto energético maior propiciam um melhor estado de saúde, como pressão arterial, níveis de colesterol, glicemia, densidade óssea e vários outros marcadores do que as menos ativas.

    O corpo é extremamente adaptativo, nos adaptamos ao frio, ao calor, à poluição, à altitude, a tudo. Nos adaptamos ao sedentarismo, o corpo fica mais eficiente, gasta menos energia para fazer a mesma coisa que fazia antes. Gasta cada vez menos energia e por isso perde massa muscular, perde massa óssea, acumula mais gordura e mais açúcar, as artérias se endurecem, entopem, a pressão sobe, o coração acelera, os pulmões funcionam menos, o resto, você já sabe!

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    Felizmente o contrário também ocorre, nos adaptamos a ser mais ativos e ganhamos músculos, queimamos gordura e açúcar, a pressão diminui, etc.

    Eu sei que você vai marcar a consulta médica, fazer os exames periódicos, os testes físicos, vai consultar uma nutricionista e passar a comer melhor, vai contratar um personal trainer, se matricular na academia, parar de fumar, dormir melhor, diminuir o stress, eu sei. Mas enquanto você agenda tudo isso, que tal adotar aquelas simples medidas?

     

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    (Ricardo Matsukawa/VEJA.com)

     

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