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Fertilidade: cuidado com as dicas milagrosas de blogueiras e influencers

Redes sociais estão cheias de conselhos sem fundamento sobre alimentos e suplementos que ajudariam a engravidar rapidamente. Não funciona assim!

Por Rodrigo Rosa*
24 jun 2024, 08h00
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    Suplemento só com indicação médica: vitaminas não resolvem problemas para engravidar (Thinkstock/VEJA/VEJA)

    As notícias e discussões sobre fertilidade na internet, infelizmente, muitas vezes transitam por um labirinto de conselhos e sugestões equivocadas. O tema é delicado, pois quem está tentando engravidar enfrenta um turbilhão de emoções e pode ser facilmente ludibriado por informações falsas.

    O primeiro elemento importante a ter em consideração ao iniciar a sua jornada rumo à fertilidade é compreender a ligação entre nutrição e concepção. O papel da dieta para a fertilidade é bem estabelecido no que diz respeito ao padrão alimentar total do indivíduo, sendo que há benefícios com uma maior ingestão de frutas, verduras e macronutrientes na porção ideal e individualizada. Ou seja, o primeiro mito que devemos derrubar é: não existe um superalimento milagroso.

    A medicalização dos alimentos é um erro que leva muitas pessoas a acreditar que um único ingrediente é a chave para a fertilidade. Alimentos como abacates, nozes e frutas vermelhas são frequentemente rotulados como promotores da fertilidade. Esses alimentos são nutritivos e benéficos para a saúde geral, mas você não pode confiar em um único deles para assegurar maiores chances de engravidar.

    Uma dieta equilibrada, rica em vitaminas, minerais e antioxidantes, é mais aconselhável do que concentrar-se em “superalimentos” específicos.

    Outra questão importante a ser considerada é com relação aos suplementos nutricionais ditos milagrosos. Embora a suplementação possa desempenhar um papel na correção das deficiências nutricionais, não substitui os benefícios de uma dieta equilibrada. Cápsulas e afins devem complementar, e não substituir, um cardápio nutricionalmente rico.

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    Produtos que viralizam na internet na mão de influencers também merecem atenção. É o caso de uma fórmula que ficou famosa por prometer gravidez rápida com a ingestão de 20 gotas ao dia – no Tik Tok, há uma enxurrada de vídeos sobre a solução oral, com mais de 8 milhões de visualizações.

    A receita se diz natural, mas sequer informa o que tem. Cabe citar que não é porque um produto se vende como natural que ele não pode causar problemas. O fato de omitir a formulação já torna o item perigoso para pacientes com alergias e contraindicações, por exemplo.

    Todas essas informações podem custar tempo aos pacientes. E, para a mulher, tempo é óvulo – já que a idade é uma bomba-relógio e diminui gradativamente a fertilidade, afetando a quantidade e a qualidade dos gametas.

    Para quem está tentando engravidar, informações sobre limpeza genética com novos hábitos de vida, propagadas por blogueiras famosas, também podem gerar mais estresse aos casais. A capacidade de zerar ou resetar os genes dos filhos através do estilo de vida é um grande mito, sem qualquer comprovação científica.

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    Outra ideia equivocada diz respeito ao rejuvenescimento ovariano, que consiste em tentar reverter o processo natural de envelhecimento dos ovários por meio de técnicas que ainda estão sendo estudadas, mas não apresentam comprovação hoje. Inclusive, estudos recentes deram conta que o tratamento de rejuvenescimento ovariano, na maioria dos casos, não correspondeu a resultados satisfatórios.

    Por esse motivo, é fundamental procurar um médico especialista em reprodução humana, que poderá indicar tratamentos que tenham sua eficácia comprovada com maiores taxas de sucesso, como é o caso da inseminação artificial e da fertilização in vitro (FIV). Não há milagre!

    * Rodrigo Rosa é ginecologista, obstetra e especialista em reprodução humana. É diretor da clínica Mater Prime e do laboratório Mater Lab, em São Paulo, membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH)

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