A população necessita se atentar aos hábitos alimentares, que vem influenciando no aumento da incidência de diversas doenças. Segundo dados do VIGITEL 2016, o brasileiro está passando por um momento de transição, saindo da desnutrição e caminhando para a obesidade. Só nos últimos 10 anos, o aumento foi de 60%. Com isso, é evidente que ainda há um longo caminho a se percorrer em direção a uma alimentação mais saudável e uma qualidade de vida melhor.
Ciência da nutrição
A ciência da nutrição já passou por diversas fases. Ovos, pães, manteiga, leite e muitos outros alimentos já foram vistos como vilões da nossa dieta. A comida virou tema científico, com quantidade, jeito certo de preparar e de consumir, e por isso as pessoas vem tomando atitudes extremas com relação a isso. Ou se privam por completo de determinados ingredientes, ou usam a comida como válvula de escape, abusando das quantidades e esquecendo o bom senso.
Restringir não é a solução
Um tema que vem sendo pauta de discussão nesse âmbito, principalmente no governo e em algumas associações, são medidas restritivas, como a taxação de alimentos açucarados, vista por muitos como uma solução desse problema. Porém, o que não se vê é que tal ação segue na mesma linha da restrição, e pior, acaba representando uma punição para aquele que deseja consumir alimentos com açúcar, quando o real intuito deveria ser fazê-lo compreender como incluir todos os ingredientes numa dieta equilibrada.
Outro ponto conflitante é a mudança na rotulagem. O rótulo dos alimentos, além de informar e fornecer dados referentes aos nutrientes, deve educar e tornar o conhecimento dos alimentos mais acessível. Colocar informações punitivas e alarmistas sobre os nutrientes também é uma forma errônea de legislar.
Aprendendo com o o Paradoxo Francês
Antigamente, os cientistas não entendiam como os franceses não tinham colesterol alto e problemas do coração, mesmo comendo gordura e açúcar, o que ficou conhecido como “O Paradoxo Francês” e dominou a mídia nos anos 90. Porém, ficou comprovado que a justificativa é seu estilo de vida— eles caminham, cozinham, comem com calma e em porções pequenas — o que faz com que comer açúcar e gordura e tomar vinho, por exemplo, não tenha um impacto negativo na saúde, pelo contrário.
Atividades físicas regulares, que estejam adequadas ao estilo de vida de cada um e que se sustentem por mais tempo, são recomendações que devem ser seguidas e complementam uma alimentação adequada, proporcionando uma melhor qualidade de vida das pessoas. Extremismos, tanto em dietas como exercícios, tendem a não ser sustentáveis por muito tempo, o que dificulta o controle da própria saúde.
Equilíbrio é o segredo
A mensagem que deve ficar é: tenha equilíbrio em todos os aspectos da vida. Pode comer de tudo um pouco, desde que seja com bom senso e acompanhamento, por profissionais de saúde de forma regular. A proibição gera compulsão e não resolve os principais problemas de saúde do país.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Ludhmila Hajjar, intensivista
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil, cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista