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Epidemia de hipertensão: um desafio que exige intervenção imediata

Novo estudo da OMS revela números assombrosos da pressão alta. Como domar esse problema de saúde pública?

Por Erika Campana*
Atualizado em 17 out 2023, 09h57 - Publicado em 17 out 2023, 09h17

A comunidade médica recebeu com grande preocupação o primeiro Relatório Global sobre Hipertensão lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o documento, a prevalência da pressão alta entre brasileiros de 30 a 79 anos é de 45% para ambos os sexos. Isso significa que quase metade da população nessa faixa etária sofre com a condição por trás de infartos e AVCs. 

Mais do que números, essas pessoas são nossos amigos, familiares e vizinhos – às vezes, somos nós mesmos. Também preocupante é o cenário de detecção e controle da hipertensão no país. Apenas 59% dos pacientes estão diagnosticados e uma parcela ainda menor (19%) está sob tratamento adequado.

Isso é inaceitável, pois a hipertensão é uma das principais causas de derrames, ataques cardíacos, insuficiência cardíaca e doença renal. E o pior: muitas dessas mortes e complicações poderiam ser evitadas com um diagnóstico precoce e um tratamento correto.

Agora é hora de agir. Todos nós temos um papel a desempenhar e a conscientização pública é fator essencial nesse processo. A hipertensão arterial não tratada pode levar a complicações gravíssimas, mas pode ser controlada. Para tanto, é fundamental monitorar regularmente a pressão arterial e buscar orientação médica caso a caso. Uma simples medição em consultório faz muita diferença.

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Além de atuarmos individualmente, precisamos implementar políticas públicas de prevenção e controle mais eficazes. Devemos garantir que os medicamentos essenciais para o tratamento da hipertensão sejam acessíveis a todos os brasileiros, independentemente de sua renda. Também é imperativo promover estilos de vida saudáveis, com uma dieta equilibrada, a redução do consumo de sal, a cessação do tabagismo e a prática regular de atividade física. Como profissionais de saúde, devemos seguir protocolos de tratamento específicos e personalizados para garantir que cada indivíduo receba o cuidado de que precisa.

É importante lembrar que a hipertensão é uma condição tratável, e o tratamento pode melhorar e prolongar a qualidade de vida. Mas, para isso, é essencial tanto a conscientização sobre os fatores de risco como a adesão ao tratamento.

Diante de números epidêmicos, é vital uma abordagem coletiva e coordenada diante da hipertensão. O sistema de saúde, as autoridades governamentais e a sociedade civil devem trabalhar juntos para criar um ambiente que promova a prevenção e o tratamento, com o auxílio de ferramentas que aumentem o engajamento e facilitem o acesso ao tratamento.

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Os recursos digitais podem ajudar nesse processo: através deles cada vez mais pessoas tomam conhecimento sobre a doença e poderão ser beneficiadas com recomendações para contornar esse “mal invisível” que avança pelo Brasil e o mundo.

Precisamos agir para reverter essa tendência preocupante quanto antes. Caso contrário, poderemos viver o triste cenário de 76 milhões de mortes, 120 milhões de derrames, 79 milhões de ataques cardíacos e 17 milhões de casos de insuficiência cardíaca entre agora e 2050, conforme previsto pela OMS.

* Erika Campana é cardiologista e diretora do Fundo de Aperfeiçoamento de Pesquisa em Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (SOCERJ)

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