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Engenharia cria insulina em pílulas

Este mecanismo, testado em várias espécies de animais, foi capaz de injetar quantidades de insulina semelhantes às utilizadas nas injeções

Por Freddy Eliaschewitz
Atualizado em 29 abr 2019, 15h38 - Publicado em 29 abr 2019, 15h37
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  • A insulina injetável foi usada pela primeira vez em 1922, em Toronto, no Canadá. No mesmo ano, os pesquisadores começaram a testar várias formulações orais de insulina numa tentativa de livrar os pacientes com diabetes das múltiplas injeções diárias necessárias para controlar a doença. Estes esforços não tiveram sucesso assim como centenas de tentativas feitas durante os anos seguintes.

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    As razões para este insucesso são duas. Devida a natureza biológica da molécula de insulina que, por ser uma proteína, ao contrário das medicações químicas constituídas por moléculas pequenas e facilmente absorvidas, é constituída por moléculas grandes. Por isso, são incapazes de atravessar o espaço estreito existente entre as células que recobrem a superfície do aparelho digestivo (mucosas). Além disso, as enzimas existentes no aparelho digestivo degradam as moléculas de insulina, inativando-as.

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    Recentemente, a ciência tem conseguido progressos neste campo, com a criação de cápsulas de insulina que também contém substâncias químicas que facilitam a absorção da insulina “ abrindo espaço” entre as células da mucosa, ao mesmo tempo que inibem as enzimas digestivas presentes nas proximidades das moléculas de insulina. Um destes permeadores, o caproato de sódio, já foi testado clinicamente com sucesso.

    Nesta linha, em 2018, pesquisadores da Harvard encapsularam a insulina juntamente com um solvente com a viscosidade do mel e, quando a cápsula se abre no intestino delgado, o líquido viscoso adere à mucosa e nela abre uma microperfuração, permitindo a entrada da insulina. O problema com estas estratégias é que apenas 1% da insulina ingerida é absorvida.

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    Nova pílula

    Esta semana, pesquisadores do MIT, reportaram na revista Science terem resolvido este problema. Inspirados na natureza, observando a tartaruga tigre, cujo formato do casco faz com que a parte plana do casco sempre caia para baixo, criaram uma pílula com o mesmo formato do casco da tartaruga. Isto é importante porque não importa como a pílula caia no estômago a parte plana da pílula estará em contato com a mucosa.

    Acontece que a parte plana da pílula é feita de açúcar que, no ambiente molhado do estômago, se dissolve, liberando uma micromola que impulsiona uma miniagulha feita de cristais de insulina. Esta é injetada através da mucosa do estômago sem causar qualquer dor ou lesão significativa. O importante é que este mecanismo, testado em várias espécies de animais, foi capaz de injetar quantidades de insulina semelhantes às utilizadas nas injeções. Por fim, os componentes da pílula remanescentes são eliminados nas fezes sem causar problemas.

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    Os testes em humanos devem começar em breve.

     

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