A farmacogenômica é um ramo em rápida expansão na medicina; em especial naquelas situações que necessitam de tratamento específico ou de longo prazo. Nossos genes podem ser mapeados e relacionados ou não a certas doenças e tratamentos. Muitas vezes o tratamento de condições como Parkinson, Alzheimer, depressão, derrames, dor de cabeça ou epilepsia baseia-se em tentativa e erro: tenta-se uma medicação após a outra, até que seja encontrada uma adequada para aquele indivíduo.
A farmacogenômica promete transformar a maneira como medicamos nossos pacientes, ao prever o resultado do tratamento e antever possíveis complicações (prever a ocorrência de uma doença é um outro assunto). Os genes deverão indicar qual das medicações provavelmente beneficiará mais aquele indivíduo: noutras palavras, permite uma prescrição personalizada. A quantidade de informação farmacogenética vem aumentando exponencialmente nos últimos anos, e podemos esperar que diretrizes de tratamento baseadas nessas informações sejam implementadas no futuro próximo.
Algumas ações práticas já existem. Por exemplo: indivíduos do Sudeste Asiático ou seus descendentes apresentam risco muito maior de desenvolver efeitos colaterais gravíssimos ao utilizar a carbamazepina (uma medicação utilizada para tratar a epilepsia) caso possuam um determinado gene. Assim, sempre que pensarmos em utilizar a carmabazepina em um indivíduo do Sudeste Asiático, tal gene deve ser pesquisado antes. Pacientes que façam uso de valproato (para epilepsia, dor de cabeça, distúrbios de humor) possuem risco aumentado de complicações graves quando portadores de certas deficiências no ciclo da ureia e seus genes.
Uma grande atenção tem sido dada aos genes que levam a uma maior ou menor metabolização dos diferentes medicamentos utilizados no tratamento dessas doenças neurológicas e psiquiátricas. Aqueles indivíduos que possuem genes ligados a um metabolismo mais rápido das medicações têm maior probabilidade de responder mal ao tratamento.
No momento temos muita dificuldade em valorar os resultados obtidos com nosso mapeamento genético. Mas esse procedimento vai tornar-se corriqueiro nos próximos anos, e certamente vamos obter informações capazes de beneficiar nossos pacientes.
Quem faz Letra de Médico
Adilson Costa, dermatologista
Adriana Vilarinho, dermatologista
Ana Claudia Arantes, geriatra
Antônio Frasson, mastologista
Artur Timerman, infectologista
Arthur Cukiert, neurologista
Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
Bernardo Garicochea, oncologista
Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
Claudio Lottenberg, oftalmologista
Daniel Magnoni, nutrólogo
David Uip, infectologista
Edson Borges, especialista em reprodução assistida
Fernando Maluf, oncologista
Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
Jardis Volpi, dermatologista
José Alexandre Crippa, psiquiatra
Luiz Rohde, psiquiatra
Luiz Kowalski, oncologista
Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
Marianne Pinotti, ginecologista
Mauro Fisberg, pediatra
Miguel Srougi, urologista
Paulo Hoff, oncologista
Paulo Zogaib, medico do esporte
Raul Cutait, cirurgião
Roberto Kalil – cardiologista
Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
Salmo Raskin, geneticista
Sergio Podgaec, ginecologista
Sergio Simon, oncologista