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Cefaleia em salvas: isso realmente dói

A intensa dor de cabeça geralmente começa à noite, acordando as pessoas uma ou duas horas depois de terem ido dormir

Por Arthur Cukiert
Atualizado em 6 dez 2018, 18h36 - Publicado em 6 dez 2018, 17h40
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  • A cefaleia em salvas é uma das condições mais dolorosas conhecidas pela humanidade e as mulheres que sofrem dela descrevem a dor como pior do que o parto. Os sintomas são caracterizados por dor em um só lado, geralmente centrada sobre um olho, um templo ou a testa.

    Durante um surto de cefaleia em salvas, o sofrimento é frequentemente sentido em um horário similar a cada dia. A dor de cabeça geralmente começa à noite, acordando as pessoas uma ou duas horas depois de terem ido dormir. A dor geralmente atinge sua intensidade máxima em 5 a 10 minutos e dura nesse nível agonizante por 30 a 60 minutos. Para algumas pessoas, pode durar 15 minutos, para outras três horas.  Em seguida, ela para, geralmente de forma bastante abrupta. Isto pode ocorrer várias vezes ao dia.

    As pessoas com cefaleia em salvas geralmente não conseguem ficar paradas durante um ataque e, muitas vezes, tentam aliviar a dor agonizante andando de um lado para o outro ou caminhando para fora, às vezes até batendo com a cabeça contra a parede até a dor diminuir. Outros sintomas que são característicos são: nariz entupido ou coriza do mesmo lado da dor de cabeça, a pálpebra pode cair e pode ocorrer vermelhidão de um olho. Podem existir vários membros da família afetados.

    Diagnóstico

    Não existe um teste especial para diagnosticar a cefaleia em salvas e, por isso, o seu médico terá de ter um histórico muito detalhado de todos os seus sintomas, a fim de fazer o diagnóstico correto. Você pode ser encaminhado para uma ressonância magnética para descartar outras causas para a dor. O álcool é um conhecido gatilho de cefaleia em salvas. Se você tem cefaleia em salvas, não deve beber. Fumantes pesados ​​têm um risco maior de desenvolver cefaleia crônica, de modo que vale a pena considerar abandonar o cigarro ou reduzir o consumo.

    Tratamento

    Embora atualmente não exista cura para a cefaleia em salvas, o tratamento se tornou muito mais eficaz nos últimos dez anos. O tratamento agudo é usado para interromper a dor depois de iniciada. Tratar o problema pode ser complicado porque a dor se torna extremamente severa muito rapidamente – geralmente em dez minutos. Assim, a chave é a velocidade para reduzir a dor excruciante o mais rápido possível.

    Os analgésicos comuns que você pode comprar sem receita médica geralmente não são eficazes, pois demoram demais para funcionar. O oxigênio é uma das formas mais seguras de tratar a cefaleia em salvas. O tratamento geralmente começa a funcionar dentro de 15 a 20 minutos. Injeções de sumatriptano podem reduzir a dor em até 10 minutos durante um ataque. Em geral, os comprimidos são menos eficazes. Já os sprays nasais de sumatriptano e zolmitriptano ajudam algumas pessoas, embora o início da ação seja mais lento do que a injeção.

    O tratamento preventivo é usado para tentar impedir que o ataque comece. O verapamil, a metisergida, o lítio, o corticoide, a ergotamina e o topiramato podem ser úteis na prevenção da cefaleia em salvas. Caso estes não funcionem, há ainda procedimentos cirúrgicos de neuromodulação, como a estimulação do nervo occipital ou do hipotálamo, que poderão ajudá-lo.

     

    Letra de Médico - Arthur Cukiert

     

    Quem faz Letra de Médico

    Adilson Costa, dermatologista
    Adriana Vilarinho, dermatologista
    Ana Claudia Arantes, geriatra
    Antonio Carlos do Nascimento, endocrinologista
    Antônio Frasson, mastologista
    Artur Timerman, infectologista
    Arthur Cukiert, neurologista
    Ben-Hur Ferraz Neto, cirurgião
    Bernardo Garicochea, oncologista
    Claudia Cozer Kalil, endocrinologista
    Claudio Lottenberg, oftalmologista
    Daniel Magnoni, nutrólogo
    David Uip, infectologista
    Edson Borges, especialista em reprodução assistida
    Fernando Maluf, oncologista
    Freddy Eliaschewitz, endocrinologista
    Jardis Volpi, dermatologista
    José Alexandre Crippa, psiquiatra
    Ludhmila Hajjar, intensivista
    Luiz Rohde, psiquiatra
    Luiz Kowalski, oncologista
    Marcus Vinicius Bolivar Malachias, cardiologista
    Marianne Pinotti, ginecologista
    Mauro Fisberg, pediatra
    Miguel Srougi, urologista
    Paulo Hoff, oncologista
    Raul Cutait, cirurgião
    Roberto Kalil, cardiologista
    Ronaldo Laranjeira, psiquiatra
    Salmo Raskin, geneticista
    Sergio Podgaec, ginecologista

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