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As novidades contra o mais agressivo tumor de pele

Uma nova geração de remédios apresenta resultados animadores no combate do melanoma

Por Antonio Carlos Buzaid
6 fev 2023, 16h18
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    O reinício do verão sempre nos remete aos cuidados com a exposição à luz solar e, especialmente, ao risco de câncer de pele. Por isso, não podemos deixar de falar sobre um dos tumores mais importantes: o melanoma.

    Embora menos frequente, o melanoma configura entre os cânceres de pele mais graves devido à sua maior chance de se disseminar pelo corpo e se alojar em outros órgãos. Por outro lado, a ótima notícia é que o seu tratamento evoluiu muito na última década com o desenvolvimento da imunoterapia e da terapia-alvo.

    A imunoterapia é uma modalidade de tratamento que estimula a ação do sistema imune, permitindo que este reconheça e combata as células do tumor. São exemplos os medicamentos ipilimumabe, nivolumabe, pembrolizumabe e relatlimabe.

    Já a terapia-alvo atua de forma direcionada contra alvos específicos presentes nas células do câncer, como o BRAF e MEK no melanoma. Porém, ela somente está indicada nos pacientes cujo tumor tenha uma mutação do gene BRAF identificada por meio de uma biópsia. Existem disponíveis as combinações de vemurafenibe e cobimetinibe, dabrafenibe e trametinibe e encorafenibe e binimetinibe.

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    Tanto a imunoterapia quanto a terapia-alvo já estão bem consolidadas na doença avançada, quando há acometimento de outros órgãos além da pele (o que chamamos de metástase à distância). Neste caso, salvo algumas exceções, a preferência inicial de tratamento é a imunoterapia, geralmente com a associação de ipilimumabe e nivolumabe, ou nivolumabe ou pembrolizumabe isolados. A imunoterapia tem potencial de cura da ordem de 30 a 50% dos casos, a depender do volume doença e sítios de metástases.

    Diante desse grande progresso, essas estratégias de tratamento recentemente vêm sendo antecipadas para uso na doença mais localizada, com o objetivo de impedir o surgimento de alguma metástase e aumentar a chance de cura. Assim, nos pacientes que apresentam somente uma lesão de pele mais superficial, o prognóstico é bem favorável e por isso realiza-se apenas a cirurgia, sem necessidade de terapias adicionais. Já naqueles que têm uma lesão de pele com acometimento mais profundo, pode-se considerar o uso de pembrolizumabe preventivo (adjuvante) após a retirada da lesão.

    Existem ainda pacientes com um melanoma de maior risco, cuja doença acomete os gânglios próximos à lesão inicial ou se dissemina ao longo da própria pele (metástase in transito). Nestes casos, quando o paciente já foi operado, deve-se considerar tratamento preventivo (adjuvante) com imunoterapia (pembrolizumabe ou nivolumabe) ou com terapia-alvo (dabrafenibe e trametinibe), se houver mutação do gene BRAF.

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    Recentemente, contudo, uma estratégia ainda mais promissora vem se consolidando nesse cenário: aplicar a imunoterapia antes da cirurgia, o que é conhecido como tratamento neoadjuvante. Desta forma, o paciente recebe a combinação de nivolumabe e ipilimumabe por apenas duas aplicações, seguido da cirurgia. Após, a necessidade ou não de tratamento adicional depois da cirurgia irá depender do grau de resposta obtida com a imunoterapia.

    Essa abordagem neoadjuvante possui uma alta eficácia e permite reduzir o tempo e a toxicidade do tratamento em grande parte dos pacientes, tornando-se cada vez mais a conduta de preferência nesse contexto.

    Todas essas opções de tratamento nos permitem constatar que o manejo do melanoma vem evoluindo gradualmente nos últimos anos, com desenvolvimento de terapias cada vez mais eficazes, resultando em cura mesmo para pacientes com doença avançada.

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    Apesar dessa importante evolução, devemos ter consciência de que a melhor estratégia no combate ao melanoma ainda é a sua prevenção, sendo muito importante a adoção de cuidados básicos no dia-a-dia para reduzir a exposição ao sol ao longo do ano todo, desde a infância. Esses cuidados ajudarão na prevenção não somente do melanoma, mas também dos outros tumores de pele.

    Com a colaboração de Jéssica Ribeiro Gomes, oncologista formada em Medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo, com Residência em Oncologia Clínica pela BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo. Médica com Pós-Graduação em Gestão de Negócios em Saúde pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Atualmente é Oncologista Clínica na Rede Meridional / Kora Saúde (ES).

    Letra de Médico - Antonio Carlos Buzaid
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