Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana

Letra de Médico

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Orientações médicas e textos de saúde assinados por profissionais de primeira linha do Brasil
Continua após publicidade

A dieta pode deixar você mais triste ou ansioso?

Padrão alimentar de baixa qualidade leva a alterações cerebrais associadas a depressão e ansiedade, o que também predispõe piores escolhas à mesa

Por Marcella Garcez*
Atualizado em 22 jul 2024, 09h49 - Publicado em 22 jul 2024, 09h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Além de fazer mal para o organismo, uma dieta de baixa qualidade pode trazer prejuízos à saúde mental. Um novo estudo que analisou a influência da alimentação na química e na estrutura cerebral sugere que um padrão desequilibrado contribui para alterações associadas à depressão e à ansiedade.

    Mas o que explicaria tal correlação? Mudanças nos neurotransmissores e no volume de algumas áreas da massa cinzenta. Na prática, as observações estão associadas à ruminação mental – a cadeia de pensamentos repetitivos de caráter negativo -, parte dos critérios diagnósticos para condições que afetam o bem-estar emocional. 

    O trabalho, feito pela Universidade de Reading, na Inglaterra, comparou pessoas que têm uma dieta pobre em termos nutricionais (rica em açúcares simples e gordura saturada) em comparação com aquelas que aderem a uma dieta de estilo mediterrâneo, que é considerada bastante saudável.

    Quando alguém segue um padrão alimentar de má qualidade, há redução nos níveis de ácido gama-aminobutírico (GABA) e aumento de glutamato, ambos neurotransmissores, juntamente com a redução do volume de massa cinzenta na área frontal do cérebro. É como se o cérebro ficasse mais suscetível a ansiedade e depressão.

    Continua após a publicidade

    Os neurotransmissores têm atividade excitatória ou inibitória e, quando há um descompasso nesses efeitos, há uma maior predisposição a sofrimentos e transtornos mentais. O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do sistema nervoso central, enquanto a atividade excitatória vem principalmente do glutamato.

    É interessante pontuar que isso pode criar uma relação circular perigosa, prejudicando as próprias escolhas alimentares, além de dificultar o tratamento de condições como obesidade e depressão. Muitos estudos já mostraram que o GABA e o glutamato também estão intimamente envolvidos no apetite e na ingestão de alimentos. A redução do GABA e/ou o aumento do glutamato também pode ser um fator determinante nas escolhas pouco saudáveis.

    Além disso, padrões alimentares ricos em gorduras saturadas e açúcares simples provocam alterações distintas no microbioma intestinal, com um impacto na maquinaria celular que impulsiona a produção de GABA e glutamato pelo cérebro. Fora que propiciam modificações na membrana das células, o que repercutiria na atividade dos neurotransmissores e dos neurônios.

    Continua após a publicidade

    Portanto, as escolhas à mesa devem ser bem conduzidas tendo também em vista suas consequências para o bem-estar emocional. Inclusive porque elas podem alimentar um círculo vicioso capaz de resultar em ganho de peso, tristeza e ansiedade. 

    * Marcella Garcez é médica nutróloga, diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), membro da Câmara Técnica de Nutrologia do Conselho Regional de Medicina do Paraná e pesquisadora do Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo

    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.