“O Geraldo Alckmin é uma figura preciosa. Pondo toda a modéstia de lado, acho que tive também uma posição preciosa. Muitas vezes, [diziam]: ‘Houve golpe, etc.’ Olha, não houve golpe coisa nenhuma. Nossa chegada ao poder e a queda da presidente [Dilma Rousseff] não se deveu a mim nem ao MDB, deveu-se às milhões de pessoas que foram às ruas. Quando eu assumi, havia um PIB negativo de mais de 4%. Um ano e três meses depois, tinha um PIB positivo de 1,3%. Foi o que nos permitiu fazer reformas, reduzir os juros, reduzir a inflação. Então, acho que essa história de Geraldo Alckmin possa ser igual a mim, acho que Lula vai ter uma grande vantagem, viu. Eu não sei se foi bom para o Alckmin, porque você sabe que vão estourar, como estão estourando, outros embates eleitorais que tiveram com palcongravras, digamos assim, bastante agressivas em relação aos candidatos, um para o outro. Agora, a democracia também envolve essa possibilidade de aliança entre pessoas que em dado momento estiveram em campos opostos, O diálogo não é inútil para o país se der bom resultado para o povo (…) Eu tenho muita preocupação com o resultado da eleição. Porque, convenhamos, eu tomo a liberdade de dizer, eleito o ex-presidente Lula ou o presidente Bolsonaro, as alas de ambos, e sabemos que há uma militância muito ativa dessas duas candidaturas, vão se opor nos próximos quatro anos. Não será surpresa nenhuma se logo ao início do mandato se proponham novos pedidos de impedimento. E apenas para ilustrar, desde o governo Itamar, houve no Brasil 396 pedidos de impedimento.”
(Michel Temer, ex-presidente da República.)